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Comportamento

Telefone em casa virou coisa de combo de internet, ninguém mais liga no fixo

Iniciar discagem com o 33... é coisa do passado, no Centro de Campo Grande, pessoal cancelou o fixo há anos

Danielle Valentim | 05/01/2020 07:14
Comerciante Cícero mantém fixo em casa por causa da internet e na loja por causa do clientes. (Foto: Henrique Kawaminami)
Comerciante Cícero mantém fixo em casa por causa da internet e na loja por causa do clientes. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nem faz tanto tempo assim, que a galera daqui lembrava até a localização dos prefixos dos telefones, por exemplo, o 3326 da região do Shopping Campo Grande, 3351 do Coronel Antonino, 3363 do Santo Amaro e, por aí vai. A questão é que telefone em casa virou sinônimo de combo de internet, já que o celular na mão e a imensidão de aplicativos de mensagens tornou desnecessário o investimento em uma linha fixa.

Dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) comprovam que a queda no uso do fixo, não é só impressão. Até agosto de 2019, o Brasil possuía 35,17 milhões de domicílios com acesso à telefonia fixa, cerca de 281,87 mil unidades a menos em relação ao mês anterior e 3,15 milhões comparados aos últimos 12 meses.

Só em Mato Grosso do Sul, mais de 11,3 mil linhas foram desligadas, no ano passado. Em 2018, o número foi maior ainda, superior a 13,1 mil de linhas desligadas.

Claire nem se recorda há quanto tempo deixou de ligar para as casas das pessoas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Claire nem se recorda há quanto tempo deixou de ligar para as casas das pessoas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Pelo Centro, o motivo principal é o avanço do uso do celular e a facilidade de comunicar por mensagens. Quem ainda garante que o serviço fixo veio com a internet o usa no comércio.

A confeiteira Claire Ribeiro, de 32 anos, nem se lembra a última vez que ligou para casa de alguém. “Esse negócio acabou. Agora é só WhatsApp. Foi a época que a gente tinha os números decorados”, pontua.

O comerciante Cícero José Sobrinho, por exemplo, é dono de uma loja de utilidades, na Vila Planalto. “Eu ainda tenho e sei o número de cor, por causa da loja, mas acho que o uso caiu nas casas por conta da internet. Em casa eu tenho, mas é por causa da internet”, frisa.

Este caso se repete, especificamente, na maioria dos comércios e consultórios que ainda não adotaram o sistema de agendamento via WhatsApp.

Sandra diz que cancelou a linha em casa há mais de 15 anos.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Sandra diz que cancelou a linha em casa há mais de 15 anos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Jenifer não foi da época de decorar telefone da casa do amigos.
Jenifer não foi da época de decorar telefone da casa do amigos.

A recepcionista e cabeleireira nas horas vagas Sandra Barbosa da Silva, de 38 anos, garante que não tem em casa e também deixou de ligar no fixo de outras residências há mais de 15 anos. “Realmente é até difícil lembrar, mas é mais de 10 ou 15 anos. Já tive o fixo em casa também e há muito tempo cancelei”, lembra.

Nova geração - A estudante Jenifer Rodrigues, de 17 anos, nem é da época de decorar o fixo da casa dos amigos. “É só celular. A gente liga para fixo quando é comércio, mas para se comunicar mesmo é só celular”, afirma.

Não faz muito tempo, que o Lado B foi as ruas para saber como as pessoas preferiam se comunicar. Boa parte ainda preferia receber ligação e ouvir a voz da pessoa do outro lado da linha, independentemente, por celular ou telefone fixo.

Porém a maioria, garantiu dispensar o telefonema por mensagem, já que esse tipo de comunicação não rouba o tempo e a resposta pode ser dada, posteriormente.

Ainda segundo dados da Anatel, as operadoras de telefonia fixa do país com mais de um milhão de domicílios no país são: Vivo com 11,47 milhões (32,62% do total), Oi com 10,93 milhões (31,08%), Claro com 10,05 milhões (25,58%), Algar com 1,24 milhão (3,53%) e TIM com 1,02 milhão (2,90%).

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