Uber “pé de valsa” dá aula de dança e acompanha alunas até em baile
Ricardo, que é professor há 30 anos, garante que dança é um santo remédio e já conseguiu alunas até em corrida
Quando não está trabalhando como motorista de aplicativo, Ricardo Pastor Franco, 60 anos, dá aula de danças para mulheres e até as acompanha nos bailes de Campo Grande. Há 30 anos, ele começou na profissão e garante que dança de tudo, desde tango a vanerão.
Enquanto circulava pela cidade com o carro que usa para trabalhar, ele conversou com o Lado B, falou um pouco sobre a própria vida e revelou como teve início a carreira de professor.
Antes dos 28 anos, Ricardo comenta que dominava os passos de danças típicas do Estado. “Eu já dançava e fui aprendendo xote, chamamé, polca paraguaia, rancheira e marcinha”, diz. Com vontade de praticar outros estilos, ele fez aulas à distância com o famoso coreógrafo e dançarino carioca, Carlinhos de Jesus. “Eu me aperfeiçoei no tango, bolero e samba”, afirma.
Em casa, no Bairro Coophatrabalho, ele dá aulas particulares para pessoas de todas as idades e também para casais. Na privacidade da residência, até aqueles que não tem muito molejo e ritmo conseguem se transformar em bailarinos de primeira categoria.
Conforme o professor, os alunos o procuram para aprender diversos ritmos e por razões diferentes. “Tem pessoas que me procuram para dançar em casamentos, tem gente que procura aprender valsa para a formatura, tem para todos os gostos”, conta.
Além das aulas, Ricardo é personal e acompanha alunas que precisam de um par para irem aos bailes. “Atendo senhoras, principalmente, as que querem dançar no baile. Elas me contrataram para ir dançar, é um contrato para ficar dançando”, explica.
Ao decorrer da carreira, ele vivenciou momentos únicos e diz com convicção que a dança é capaz de curar as pessoas. “Já passei por muitas experiências. Teve uma senhora que perdeu o filho, veio dançar, depois, foi deixando os remédios, ela mudou. É bom ver a pessoa se desenvolvendo fisicamente e emocionalmente. A dança hoje ajuda em muitos problemas”, ressalta.
Cobrando R$ 100 a hora, Ricardo trabalha com horário reservado e uma agenda flexível durante a semana. Neste ano, ele comemora que está cheio de aulas para lecionar. Mesmo assim, Ricardo segue cativando clientes quando está atuando como motorista de aplicativo.
Na visão dele, tudo na vida poderia ser resolvido com uns simples passinhos de dança. “Se as pessoas dançassem, as farmácias fechavam tudo”, finaliza.
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