Ver filho com autismo cortando cabelo sem sofrer é alegria de mãe
Barbeiro, Matheus explica que trabalhar com crianças é sinônimo de paciência e cuidado
Para muitas famílias de crianças no espectro autista, levar os filhos para cortar cabelo significa mais uma batalha a ser travada. O cenário não era diferente para Sorine Pierina Machado Pecora, mas mudou quando Noah conheceu um barbeiro que dá aula no atendimento às crianças.
“É uma conquista, dá até vontade de chorar porque tudo o que é muito simples para as pessoas em geral, pode ser difícil para quem está no espectro autista e sua família”, diz Sorine. Nesta semana, a mãe resolveu compartilhar a experiência que teve durante o corte de cabelo do filho para mostrar que bons atendimentos são possíveis.
Nos registros, o barbeiro Matheus Francisco Duarte Afonso, da Seu Chico Barbearia, aparece cortando o cabelo de Noah enquanto o menino brinca com carrinhos. Além de estar com os brinquedos, o menino de 3 anos não está sentado na poltrona e isso também chama atenção.
Sorine relata que Noah se sente incomodado com toques e em precisar se manter parado, então o desafio para fazer o corte é grande. Antes de conhecer Matheus, o menino já havia passado por outro barbeiro e o atendimento não foi parecido.
Então, o cabelo foi crescendo até que a mãe decidiu tentar novamente. “Eu levei ele na barbearia do Matheus e expliquei que o Noah é autista, que precisa de alguns cuidados e em momento algum ele se negou. Só disse que atenderia e desde então não vamos mais para outro profissional”.
Apesar de fazer atendimentos em geral, Matheus explica que sempre se dedicou ao público infantil por saber da necessidade de atendimentos. A profissão foi ensinada por seu tio, Fernando Duarte, que também o orientou sobre a paciência necessária.
“Eu atendo como barbeiro há nove anos e desde o começo atendo o público infantil, tenho uma atenção maior. Fui me especializando de forma natural para atender e tem dado certo”.
Sobre a forma de trabalhar, Matheus comenta que atender crianças em geral envolve um trabalho de paciência. Com os clientes que estão no espectro autista não é diferente.
No caso de Noah, o menino não é colocado na poltrona e o corte vai sendo feito conforme o possível. “Acho que quanto mais você tentar prender, tentar forçar, pior é porque vai criar um trauma. Então, eu deixo a criança livre, vou conversando e indo com a máquina aos poucos”.
E, para quem está no ramo, a dica do barbeiro é manter a paciência e o cuidado. “Fazendo isso, a criança se sente confortável e vai querer voltar de novo, não vai ficar traumatizada”.
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