Vídeo inesperado fez Edu se despedir da amiga que morreu após 7 anos

Sete anos depois de perder a amiga para o câncer, Eduardo César Campos de Oliveira, de 20 anos, a reencontrou através de um vídeo. Ter acesso ao material, segundo ele, foi uma ‘coincidência’ que o permitiu se despedir de Flávia e criar uma nova memória dela.

Nas redes sociais, o fotógrafo compartilhou com os amigos como conseguiu ver ‘Flavinha’ de novo pela última vez. Isso foi possível devido a amizade com a fotógrafa Sterrs, que é a responsável por gravar o material onde Flávia aparece segurando um pandeiro e sorridente usando o batom vermelho que era marca registrada dela.

Mas, antes de falar sobre a amizade com a fotógrafa e como a relação possibilitou o reencontro, Eduardo conta primeiro sobre a amiga que conheceu na escola em Alcinópolis, a 402 km da Capital.

Veja o vídeo:

“Conheço a Flávia desde o primeiro ano de escola em 2010. Desde então, sempre estudamos juntos e éramos um grupo de quatro amigos. A Flávia sempre foi uma criança extremamente inteligente, ganhou todos os prêmios de primeiro lugar na escola, foi uma criança muito feliz”, recorda.

As melhores lembranças que o fotógrafo tem da época estão ligadas às aulas de Educação Física. Em 2010, ele ficava horas sentado conversando sobre tudo, criando histórias e fazendo promessas, como morar próximo de Flávia e as outras amigas após terminarem os estudos.

A descoberta de que a amiga estava com câncer mudou a rotina do grupo, que seis meses depois iria ficar menor devido a ausência da menina. Aos 13 anos, Eduardo relata que não tinha dimensão do que era a doença e o tratamento. “Na nossa cabeça ela estava no médico e já ia voltar. A gente sabia que era algo grave, mas jamais esperávamos que ela poderia partir”, afirma.

A última recordação de Flávia em vida foi no último dia de aula quando toda a turma se despediu. “Lembro que quando ela disse que ia no médico era o último dia de aula do meio do ano. Ainda lembro dela entrando no ônibus e acenando dando tchau pra nós três.  Foi a última lembrança que tenho dela viva. Um até breve”, fala.

Através das redes sociais que o fotógrafo soube do falecimento da amiga. Depois, as aulas retornaram sem a presença dela na sala de aula, intervalos e conversas com a turma. No ano seguinte, devido a um mal entendido, Eduardo acabou rompendo a amizade com uma das meninas da turma e assim a vida seguiu.

Reencontro - O fotógrafo seguiu os estudos e em fevereiro de 2022 se mudou para Campo Grande. A mudança de cidade possibilitou a amizade com a fotógrafa que teria papel fundamental nessa história. Eduardo comenta como conseguiu ter acesso ao vídeo onde a amiga aparece por alguns segundos.

“Eu estava conversando com a Sterrs sobre filmagens e fotografia, aí ela me mandou esse trabalho dela de 7 anos atrás. Eu estava no trabalho e abri pra ver quando entrou a parte da AACC eu vi ela sorrindo dançando e com o batom vermelho dela. Aí eu comecei a chorar”, diz.

Ver o registro sorridente da amiga fez com que o fotógrafo criasse uma nova memória. “Pra mim foi como poder me despedir dela de verdade, sabe. Porque a lembrança que eu tinha dela mais recente foi no velório e não sabia como tinha sido esse processo pra ela durante o tratamento. Foi poder me despedir de verdade dela e saber que ela ainda estava viva dentro de cada um de nós”, destaca.

O vídeo fez com que Eduardo entrasse em contato com a amiga com quem teve um mal entendido e graças a Flávia a amizade foi retomada. “Ela uniu a gente de novo do mesmo jeito que ela fazia quando éramos crianças, porque ela era sempre da paz”, pontua.

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