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Consumo

Amigos do RJ unem brechó, livraria e arte terapia em casa do Santa Fé

Espaço abriu há pouco tempo na Rua José Gomes Domingues com objetivo de ser “restaurativo”

Por Aletheya Alves | 23/06/2024 07:24
Casa foi transformada em espaço colaborativo no Santa Fé. (Foto: Henrique Kawaminami)
Casa foi transformada em espaço colaborativo no Santa Fé. (Foto: Henrique Kawaminami)

Há algumas semanas, tapumes que “escondiam” as janelas e porta de vidro do número 1406 na Rua José Gomes Domingues têm sido retirados durante o horário comercial. Por ali, a casa vem sendo transformada em um “espaço restaurativo”, como diz o trio que uniu livraria, arte terapia e brechó num só endereço.

Com família sul-mato-grossense, Gisele França viveu boa parte da vida em Campo Grande, mas se mudou para o Rio de Janeiro e seguiu por lá até a pandemia. Mas, nesse período, sentiu que era o momento de retornar e passar mais tempo ao lado dos pais por aqui. E foi assim que a ideia do “Santa Felicidade” começou.

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Eu já tinha morado aqui, fiz artes plásticas na Federal e me animei de saber que estava vindo para um lugar que já conhecia. A Núria, que é minha filha, também aceitou a ideia e fizemos o movimento de vir e abrir esse espaço que também é uma realização de cada um de nós, descreve Gisele.

Além dela e da filha, o poeta Douglas Diegues também entrou no projeto para incluir a parte da livraria. De forma resumida, Gisele ficou com a arte terapia, Núria com o brechó e Douglas com os livros.

Dos três ramos, o brechó é que foi o embrião de toda a história, como conta Núria Bernardi. “No Rio, a gente trabalhava em algumas feiras com as roupas. Quando a gente veio para cá, pensamos sobre o que iríamos fazer com as roupas, mas decidimos vir e ver no que iria dar”.

Em um primeiro momento, as duas começaram a vender as roupas em uma sala, depois alugaram um espaço no bairro Amambaí. Mas, como a ideia do brechó também envolve uma curadoria de moda, os preços e a ideia acabaram não se encaixando na região.

Essa percepção fez com que um novo espaço fosse necessário e unindo algumas demandas pessoais, o caminho foi tomado até o bairro Santa Fé. Por ali, cada um dos espaços se integra ao outro com objetivo de ser um local tomado por arte e confortável, como diz Gisele.

De forma geral, algo que se destaca é a ideia de tudo ser “garimpado”, como mãe e filha definem. As roupas, os livros e a forma com que a arte terapia são disponibilizados são pensados a partir da ideia de “restaurar”.

Livraria ficou sob responsabilidade de Douglas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Livraria ficou sob responsabilidade de Douglas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Brechó possui curadoria de moda feita por Núria. (Foto: Henrique Kawaminami)
Brechó possui curadoria de moda feita por Núria. (Foto: Henrique Kawaminami)

“A gente quer que a pessoa chegue aqui, seja bem recebida e consiga se restaurar através da arte. Isso acontece com a melhora da autoestima com as roupas, através da literatura e também com as atividades da arte terapia”, explica a mãe.

Sobre o brechó, Núria explica que as peças são garimpadas em cidades como São Paulo e também vêm de parcerias com igrejas, como é o caso dos vicentinos. “Estamos também com uma proposta mais social, então temos artesanatos com materiais reciclados, produtos de artistas de rua e faço a curadoria dos vicentinos, assim parte do valor vai para eles”.

A arte terapia tem sido aplicada por Gisele através de aulas de dança duas vezes na semana. Seguindo uma linha Junguiana, ela detalha que é especializada em envelhecimento ativo, subjetividade e arte.

“Meu foco é divulgar esse trabalho para grupos de mulheres com a pergunta ‘como estou construindo meu envelhecimento?’. Envelhecer é uma construção e com a arte terapia a gente consegue trabalhar bastante”.

E, no caso dos livros, a curadoria é feita por Douglas Diegues que, além de títulos com edições tradicionais, também incluem as edições de livros cartoneros. “Esse é um movimento muito interessante que o Douglas trouxe. As edições dos livros, as capas são feitas a partir de papelão e é algo muito forte. Além de tudo, é uma arte e cada livro se torna único”.

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Queremos que seja um espaço para as pessoas virem, aproveitarem um jazz, conhecerem a livraria, o brechó. É uma casa de movimentos, completa Núria.

Para quem quiser conhecer, a Santa Felicidade funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 18h na Rua José Gomes Domingues, 1406.

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