Com muita lataria na parede, menina comemora 1 ano dentro de oficina mecânica
Família não tinha dinheiro para buffet dos sonhos e o tema acabou ganhando um valor afetivo muito maior
Da decoração, ao bolo de festa, tudo saiu como Rayra sempre sonhou. Exceto o endereço. No lugar de um buffet sofisticado, a festinha de aniversário da filha foi feita na oficina mecânica do pai. O cenário surpreendeu os convidados e deixou a família orgulhosa pela atitude de abrir mão do que não poderia pagar e provou que é possível fazer uma festa criativa e barata, mas com valor afetivo.
A ideia surgiu do avô, Renato Aparecido de Sena, de 44 anos, depois de ver que a filha Rayra Benítez de Sena, 20, não teria muito dinheiro para pagar um buffet que acomodasse bem os convidados.
A sugestão apresentada por ele acabou virando tema para Rayra que ficou satisfeita, mas enfrentou um dilema até para conseguir fotógrafo que topasse ir à festa.
"Uma das fotógrafas deixou tudo combinado comigo e quando eu disse que o aniversário era em uma oficina mecânica, nunca mais me respondeu", lamenta. A suspeita é de que visual da oficina não agradaria a todos, mas a inciativa do avô rendeu outro sentimento. "É um oficina como qualquer outra, tem material espalhado para tudo quanto é canto, peça de carro da parede ao teto. Mas no dia da festa, nossa família conseguiu transformar esse lugar".
Sem "maquiar" o espaço, Rayra e o pai fizeram questão de deixar os detalhes da oficina à mostra, mesmo com a mesa de doces que ganhou decoração da Minnie. "O que a gente fez foi deixar a oficina bonita, mas queria que aparecesse os detalhes dela, sem esconder o lugar. Meu pai arrastou para o canto algumas caixas, organizou as ferramentas e pendurou outras peças na parede. As latarias já fazem parte dela e acabou sendo um pedacinho da decoração".
Emanuela é a primeira filha de Rayra e neta e Renato, por isso, mereceu comemoração especial. "Eu sempre sonhei com a festinha de 1 ano dela. Mas ficava com medo de não ter condições".
E para que a festa fosse ainda mais diferente, Rayra escolheu um cardápio, sem frescuras. "Festa é boa pra gente comer, não é? E eu queria que todo mundo comesse bem. Por isso depois de servir o cachorro-quente, anunciei no microfone que o jantar era estrogonofe de carne e todo mundo bateu palmas", lembra.
O bisavô também teve participação especial, animando os convidados com som e karaokê. "Aí que todo mundo ficou animado por que tinha música, comida boa e gente divertida".
Se a locação fez diferença? Rayra não tem dúvidas. "Eu não imaginava que seria tão mais divertido. Uma festa sem frescura que vai ficar para a lembrança. E fiquei muito orgulhosa do meu pai. Aquele lugar é o trabalho dele, foi graças aquela oficina que os filhos foram criados".
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