Em esquina, Nelson chega a vender 50 caixas de paçoca por dia
Dores na costas fizeram comerciante mudar o ramo do negócio, mas alegria em trabalhar com vendas ficou
Nailson Albertoni, 56 anos, trocou a venda de cadeiras nas ruas e avenidas de Campo Grande por paçocas. Após 25 anos comercializando o material destinado à área externa de residências, o sul-mato-grossense resolveu investir no doce que agrada grande parte das pessoas. Hoje, ele estaciona um caminhão por aí e chega a vender em média 50 caixas. Desta vez, ele estava na Avenida Marquês de Pombal, no bairro Tiradentes.
A mudança aconteceu há oito meses, após um acidente que deixou sequelas nas costas do comerciante. E como todo bom vendedor bom de conversa, um dos diferenciais para quem compra as paçocas na rua é, além da qualidade e o preço, segundo ele, um espaço para papear.
“O pessoal compra aqui por essas duas coisas. A qualidade é bem superior às de mercado e o preço bem inferior. E outra, tem a praticidade, chegou, experimenta uma paçoca, bate um papo, conversa, conta uma história. Aqui a gente é vendedor de paçoca e psicólogo ao mesmo tempo”.
Com bom humor, ele explica que, apesar de ter trocado a mercadoria ofertada, a alegria em viver das vendas continua, mas agora, sem dores. “Tô feliz, me sinto bem e sossegado. Sempre fui feliz e continuo, mas agora não preciso me matar de trabalhar. O fardo está mais leve. Está dando para sobreviver. Falo que não existe mais, pra quem está na rua [vendendo], a galinha dos ovos de ouro”, brinca.
Os pontos mais movimentados escolhidos por Nailson são a Praça do Papa, localizada na Av. dos Crisântemos, na Vila Sobrinho, a Avenida Hiroshima, no Carandá Bosque e a entrada do bairro Maria Aparecida Pedrossian.
O último endereço é onde o vendedor mais consegue lucrar. Ali, em um dia bom ele vende, em média, 60 caixas de paçoca. Cada uma custa R$30 e vem com 100 pacotinhos do doce feito de amendoim. Além da caixa, ele também vende pacotes com 30 paçocas a R$ 10 e meia caixa por R$15.
A venda é algo de família, quando Nailson ainda atuava no mercado de cadeiras, os irmãos também faziam parte do negócio. Ele em Goiânia e os outros em Campo Grande. Agora o trabalho com elas está a cargo do irmão mais novo.
“Fico das 7h às 17h. Estou gostando, é um serviço leve então pra mim está bom. A paçoca é povão, não é classe média ou média alta. Eu vendo em locais mais classe popular. Tenho 56 anos, já temos um equilíbrio financeiro. O que vier para nós hoje é lucro. Em casa sou só eu e minha esposa, os filhos já estão criados e despacharam. Então ta bom”.
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