Horário liberado anima lancheiros que esperam lucrar na madrugada
Venderores relatam dificuldades durante a pandemia, mas agora estão otimistas
O fim do toque de recolher na Capital não animou somente os campo-grandenses que gostam de curtir a noite em bares, festas e casas de shows. Com a retomada das atividades noturnas, os lancheiros esperam aumentar as vendas.
Acostumados a terem como freguesia o pessoal que sai dos rolês durante a madrugada, a pandemia alterou o cotidiano de quem trabalha no ramo da alimentação.
É o que expõe a proprietária do Hot Roze, Rosângela Moreira, 47 anos. “Durante o primeiro ano da pandemia, fiquei seis meses sem vir, porque não estava compensando. Eu fiquei fazendo bico, então, pra mim, financeiramente, o ano passado foi o pior. Esse ano já melhorou”, comenta.
Com as restrições de horário, a empreendedora desabafa que haviam dias que ela saia de casa apenas porque precisava ganhar algum dinheiro. “Quando o toque era às 20h, 21h, a gente saia de casa porque precisava trabalhar mesmo”, relata.
O cenário melhorou somente quando o toque era às 23h. “Tinha uns dias que era aquele fervo, um movimento de 40 minutos, de quando as pessoas saíam das baladas. Depois disso, eu podia juntar as coisas e ir embora porque não ia ter mais aquele movimento, a cidade morria mesmo”, conta
De acordo com ela, agora com a revogação do toque, a expectativa é que o movimento cresça somente daqui há alguns meses. “Eu acredito que vai voltar a ser como era antes, a galera vai voltar a curtir a madrugada, mas eu acho que vai demorar mais uns três meses'', fala.
Ernesto Gedra, de 18 anos, ajuda a mãe no negócio, e explica que em dias movimentados, pelo menos, 20 espetinhos de carne são vendidos. “Nessa semana, saiu uns 30 espetinhos de carne por dia e 20 de linguiça, mas o cachorro quente é o mais vendido mesmo”, explica.
Na visão dele, as vendas devem aumentar no mês de setembro. “Após o dia cinco, que é quando o pessoal recebe, eu acho que vamos dobrar a produção dos espetinhos”, diz.
O proprietário do Benne’s, Rodrigo Costa, 47 anos, confessa que não sabe o que esperar com o fim do toque de recolher. “Mexer com lanche é muito sazonal, tem dias que é mais cheio, outros mais parados, varia. Pra balada, o pessoal ainda sai, mas pra comer, é mais complicado, ainda mais aqui que tem a questão do estacionamento”, afirma.
Ele relata que no próximo mês deve mudar para outro espaço com o objetivo de atrair mais clientes. “Eu aluguei um sobrado, quero fazer uma área para crianças e começar a fazer sanduíche, hambúrguer, esse é meu foco”, anuncia.
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