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Consumo

Kenzo transformou desenhos dos filhos em coleção de peças autorais

Para incentivar arte dos meninos, produtor cultural criou marca que visa agregar produção de outros artistas

Jéssica Fernandes | 07/04/2023 07:55
Kenzo Minata criou marca com os filhos Davi e Caio. (Foto: Arquivo pessoal)
Kenzo Minata criou marca com os filhos Davi e Caio. (Foto: Arquivo pessoal)

Os desenhos feitos em casa poderiam ter passado batido, mas Kenzo Minata, de 36 anos, viu potencial na criação dos filhos Davi Ryu, de 10 anos, e Caio Hiro, de 5 anos. Os rabiscos coloridos foram parar em camisetas, ecobags, panos de prato e transformados em adesivos.

A brincadeira dos garotos ganhou a primeira coleção e virou marca. O produtor cultural fala sobre a criação da ‘VIXI’, que surgiu como um caminho para continuar produzindo.

“A gente começou essa ideia depois do Carnaval no começo de março. Depois que decidi que não iria mais voltar com a Brava esse ano, eu queria dar um jeito de continuar produzindo alguma coisa. Por razões pessoais não estou podendo produzir eventos e a única coisa que conseguiria produzir seria em casa”, diz.

Caio Hiro, de 5 anos, segura dois desenhos que viraram adesivos. (Foto: Arquivo pessoal)
Caio Hiro, de 5 anos, segura dois desenhos que viraram adesivos. (Foto: Arquivo pessoal)

Ele explica que a marca também foi desenvolvida para estimular a criatividade e mostrar aos meninos a importância da arte. “Todo mundo desenhava e criava quando criança. O mundo tira nosso lúdico, nosso criar por boleto e nota de escola. A pira da vixi é semear neles arte, contrafluxo, rebeldia e entender que arte é necessária para uma vida saudável. Não quero que eles percam nunca a brisa de criar e se expressar”, afirma.

Os desenhos são só uma parte da produção que envolve intervenções artísticas na rua. No ensaio de lançamento da marca, Kenzo e os filhos colocaram em prática o upcycle.

“A gente pegou dois sofás descartados na rua e fomos pro rotunda. A gente faz essa versão vandal upcycle, pixamos coisas descartadas, sofás, armários, tudo que a galera joga na rua. Temos a regra de não pixar casa e comércio, só muro abandonado e essas coisas descartadas”, conta.

Rabiscos dos meninos viraram estampas de camisetas. (Foto: Arquivo pessoal)
Rabiscos dos meninos viraram estampas de camisetas. (Foto: Arquivo pessoal)

Embora a ideia da marca tenha partido de Kenzo, toda a produção e confecção de peças envolve Davi e Kaio. Os meninos participam ativamente da elaboração dos produtos, enquanto aprendem com o pai.

“Eu tô ensinando eles os processos digitais, escolhas de tecido, cenografia, montagem da marca e logo. Isso eles estão fazendo tudo junto comigo”, destaca o produtor cultural.

Outro diferencial das criações é a liberdade dos meninos que não se prendem a padrões de formas, figuras ou cores. Como os desenhos são digitalizados, a proposta é que cada coleção lançada seja exclusiva e não vire produção em larga escala.

Ecobag integra primeira coleção da V.I.X.I. (Foto: Arquivo pessoal)
Ecobag integra primeira coleção da V.I.X.I. (Foto: Arquivo pessoal)

“A gente quer que seja bem rotativo, vão ser sempre estampas meio que exclusivas. Vamos produzir umas agora é a próxima coleção serão outras estampas”, pontua Kenzo.

No futuro, o intuito do produtor cultural é que a marca agregue a produção artísticas de outros jovens de Campo Grande e se transforme num coletivo.

A primeira coleção da ‘V.I.X.I’ traz camisetas, ecobags, adesivos e panos de prato. Os produtos custam entre R$ 20 a R$70 e parte do valor arrecadado nas vendas será revertida para a Cufa (Central Única das Favelas).

A marca participa do seu primeiro evento no sábado (08), no Coletivo Rosa Negra, a partir das 16h30. O lançamento conta com a participação de DJs, brechós, livraria e outras marcas independentes. O endereço é Rua Bodoquena, 60, Bairro Amambai.

Quem quiser conhecer a marca, o perfil no Instagram é @ vixi.ms

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