"Como na canção dos Beatles", mostra traz o novo das produções japonesas
Baseado no best seller de Haruki Murakami, “Como na canção dos Beatles: Norwegian Wood” abre a Mostra de Cinema Japonês nas telas do Museu da Imagem e do Som, em Campo Grande. De hoje até sexta-feira, amantes da arte e curiosos pela perplexidade das produções japonesas acompanham o que o país do oriente tem de mais novo no cinema, onde se tem uma única certeza, de que nada é singular.
Esta é a terceira edição da mostra japonesa, fruto do trabalho do curador Jean Albernaz. “A ideia sempre foi de tentar mostrar o que tem de interessante nas produções e homenagear um clássico”, diz o roteirista.
As produções têm em si uma “japonesidade” inerente, até mesmo quando a proposta dos novos nomes do cinema foi de seguir uma linha ocidental. É trazer o que é de fora e num misto com as fortes tradições nipônicas produzir um conteúdo que só poderia mesmo levar o selo do Japão.
São estilos, temas e formas nada iguais, em que nada se comparam. O próprio curador explica que é perceptível aos olhos de qualquer um que assista um filme japonês, um certo deslocamento, que não encontra tradução e se faz presente, seja na comédia comercial mais pueril ou em um documentário social.
De segunda à sexta, serão cinco produções de drama à animação, exibidas sempre às 19h e com entrada franca. O MIS fica na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, 3º andar.
Hoje, o drama ‘agridoce’ fica por conta do filme "Como na canção dos Beatles: Norwegian Wood", dirigido pelo Vietnamita Tran Ahn Hung e baseado em uma das maiores histórias da literatura japonesa.
O trailer, ao som dos Beatles, já dá o tom do filme. Quando o passado dá lugar ao presente e o jovem protagonista vive o dilema entre um amor complicado e uma beleza encantadora; a confusão de se apaixonar e deixar a dor para trás.
Em 1968, Toru Watanabe acaba de chegar a Tóquio para estudar teatro na universidade. Solitário, ele dedica o tempo a identificar e refletir sobre as peculiaridades dos colegas até encontrar um rosto do passado, Naoko, antiga namorada de seu grande amigo de adolescência Kizuki antes deste cometer suicídio.
Com essa tragédia em comum, eles constroem uma relação delicada que tem como plano de fundo as revoluções e mudanças políticos-culturais da década de 60. O enredo desenrola pela trilha sonora composta por Jonny Greenwood, guitarrista da banda Radiohead.
Abaixo, trailer do filme em português.
Programação
15 de julho (Segunda) - “Como na canção dos Beatles: Norwegian Wood”
Direção: TranAnhHung (Drama, 128 min, 2010)
16 de julho (Terça) – “ColdFish”
Quando o gerente de uma loja pega a filha de Shamoto roubando, um generoso homem de meia-idade ajuda-os a resolver a situação. O homem e sua mulher oferecem para que a filha rebelde passe a trabalhar em sua loja de peixes, mas não demora muito para que Shamoto descubra a verdade por trás da perfeição aparente do casal. Aclamado no Festival de Veneza e Toronto, Cold Fish é um cruel e moderno horror urbano do mesmo diretor de "Suicide Club".
Direção: Sion Sono (Drama, 125 min, 2010)
17 de julho (Quarta) - “Cinco cm por segundo”
Cinco Centímetros por Segundo se refere à velocidade da queda de uma flor de cerejeira e o tempo constitui o objeto e a substância do filme de animação de Makoto Shinkai, que mostra três momentos diferentes da vida de Takaki e a evoluçãos dos seus sentimentos pela amiga Akari. Aclamado mundialmente, o diretor Makoto Shinkai vem sendo apontado pela crítica como um digno sucessor de Hayo Miyazaki.
(Animação, 63 min, 2007)
18 de julho (Quinta) – “Onibaba”
Século XIV, um Japão feudal destruído por guerras civis. Esperando o filho que está na guerra, uma mulher e sua nora sobrevivem em uma aldeia através de tocaias que armam contra guerreiros samurais, matando-os e vendendo seus pertences em troca de comida. Um dos grandes filmes do diretor Kaneto Shindo, Onibaba é um marco do cinema fantástico.
(Terror, 103 min, 1969)
19 de julho (Sexta) - Hara-Kiri: A morte de um Samurai
Desejando morrer dignamente, um samurai sem recursos, Hanshiro, pede para praticar um suicídio ritual na residência do clã Li, cujo intendente é Kageyu, um guerreiro de personalidade forte. Como o filme original de 1962, a refilmagem usa o Japão feudal para desenhar uma crítica contundente ao autoritarismo em uma obra atemporal. Selecionado para a mostra oficial de Cannes em 2011.
Direção: Takashi Miike (Drama, 126 min, 2011)