Abre-alas do Carnaval, Sandálias de Frei Mariano "brinca" com a praga do padre
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Fora com o chulé do padre!
Fora com o azar!
Hoje eu quero é folia
Hoje eu quero rosetar
RESUMO
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O bloco Sandálias de Frei Mariano, criado em 2006 em Corumbá, satiriza a lenda de que o padre italiano Mariano de Bagnaia teria lançado uma praga sobre a cidade após um desentendimento na década de 1880. Acredita-se que a praga estaria ligada aos declínios econômicos da região. O bloco, que desfila na rua que homenageia o padre, tornou-se um símbolo de renovação e resgate cultural, promovendo a história local. Organizado pela prefeitura, o desfile ocorre na quarta-feira de carnaval, com camisetas à venda para participação.
No abre-alas do Carnaval corumbaense, o bloco Sandálias de Frei Mariano sai nesta quarta-feira (26) pelas ruas da cidade para satirizar uma lenda famosa que ainda perpetua na região. O polêmico padre italiano Mariano de Bagnaia teria rogado uma praga contra os moradores de Corumbá, depois de ser acusado de dar calote em um relojoeiro durante a construção da Matriz de Nossa Senhora do Carmo, na década de 1880.
O bloco nasceu em 2006, justamente numa época de reconstrução da cidade, em processo de decadência, redução populacional e baixa autoestima da população. Muitos corumbaenses ainda acreditam que os sucessivos declínios econômicos têm relação com a “vingança” do frei, que teria enterrado suas sandálias em lugar incerto, ao deixar a cidade, e declarado que Corumbá retomaria seu desenvolvimento somente quando elas fossem encontradas.
Movida pelo movimento de retomada, a ativista cultural e petista Heloísa da Costa Urt (faleceu em 2011), então presidente da Fundação de Cultura, criou o bloco para contrapor essa crença e também resgatar uma parte da história da cidade, que teria sido noticiada por jornais da época, cujos registros não foram encontrados. O Sandálias tornou-se um símbolo dos novos rumos que Corumbá trilhou, com muitos investimentos dos governos federal e estadual.
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Chispa o azar!
A descida do bloco tem ainda uma característica peculiar: desfile justamente na rua que homenageia o pároco, cuja singularidade é o piso de paralelepípedos que dá um charme ao centro de Corumbá. A letra da música que embala o bloco, entre marchinhas, pagode, axé e samba-enredo, não apenas “brinca” com o azar, como se consagrou com um refrão que tem a ver com o espírito irreverente do corumbaense: “Vôte, vôte, vôte, vôte! Chispa, chispa, chispa!”.
Organizado pela prefeitura, o Sandálias sai às 22h, com 2h de concentração na praça Jardim da Independência, a 200 metros da Avenida General Rondon, onde está instalada a estrutura (palco, arquibancadas e camarotes) do circuito do Carnaval. O bloco tem como mascote a própria figura do frei, representado por um folião fantasiado com uma batina marron. As camisetas que dão direito a participar da brincadeira ainda estão à venda, por R$ 25,00