Amigos revivem tributo de 1980 que levou "John Lennon" à praça
Passaram-se 40 anos do show feito às pressas para marcar a morte repentina do integrante dos Beatles; em 2020 será refeito em live
Mal terminava a segunda-feira, 8 de dezembro de 1980, e o mundo receberia ainda naquela noite a notícia que John Lennon estava morto. A repercussão foi tamanha que shows em homenagem ao Beatle aconteceram ao redor do globo nos dias que se sucederam. Aqui em Mato Grosso do Sul, artistas regionais também subiram aos palcos para prestar suas homenagens ao som de muita música.
Passados 40 anos, os mesmos amigos revivem o tributo que levou o público de fãs à praça do Rádio. Desta vez, por conta da pandemia de covid-19, uma live em homenagem à John será realizada na noite desta terça-feira (8).
"A homenagem foi feita na época porque fazíamos parte da geração que comprou vitrolinhas e discos discos dos Beatles. Assim como o público, todo mundo ali era bettlemaníaco", explica Lenilde Ramos, a musicista e escritora que também deu uma palha.
"Quando ele morreu, nossa, pegou meio mundo de surpresa. Estava no auge da sua carreira, a estrela dele ainda brilhava forte. Sempre desafiando o sistema, ele lutava por um mundo melhor por meio da música", considera.
Nos identificávamos demais com a mensagem de John porque também queríamos as mesmas coisas".
Paulo Simões, os irmãos Celito e Geraldo Espíndola, Carlos Colman, Miguelito Barreira, Zé Pretim (do Blues) e os músicos do Zutrik foram alguns dos nomes que passaram pelos palcos naquela noite. "Tinha representante de bandas, grupos, artistas locais, pessoas que estavam começando aparecer, enfim, muita gente boa da música na época", relembra Lenilde.
Para ela, estava ali uma geração de músicos altamente produtivos e com participação assídua na cultural local. "Foi a geração que construiu a identidade musical de Mato Grosso do Sul, que deu o start nesse processo. O recém-criado Estado de MS estava engatinhando, e a cultura em plena efervescência. A raiz estava naquela show".
O show tributo deste ano está esquematizado como live, justamente para obedecer o "protocolo covid-19", mas – nas palavras de Lenilde – caso pandemia nenhuma existisse, "estaríamos na mesma praça, desta vez com nossos filhos, netos e a nova classe de artistas".
A lista dos participantes da vez é imensa e unifica a geração old school com os novos nomes no cenário da música sul-mato-grossense. "Tem gente participando do show de agora que nem havia nascido na época, porém se identifica com o John tanto quanto a gente".
Lenilde explica que agora, 40 anos depois, a live pretende mostrar duas coisas: "a primeira é resistência, mostrar que música e arte continuam vivas; segundo, um retrato da nova mentalidade, de que não estamos mais lotando estádios como nos tempos de outrora, porém que nossa expressão artística ainda tem valor", acrescenta.
"Nas condições que estamos, seria impossível juntar todo mundo. Cada um gravou na sua casa e agora, além de nós, todo mundo vai poder conferir o resultado editado e mixado. É o que a situação nos permite – mas continua sendo um grande encontro", finaliza.
A live tributo à John Lenon vai acontecer hoje pontualmente às 19h com transmissão pública e gratuita via YouTube.
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