Após chegar na metade do mundo, é hora de decidir se sigo viagem ou se volto
Não imaginava até aonde ia chegar quando comecei a fazer meu mochilão, no início de abril. Só tinha a vontade de ir até o México e de, pelo menos, visitar a Colômbia. No fim, não aconteceu nem uma coisa nem outra e o último país que conheci foi o Equador, depois de passar pela Bolívia e Peru.
A última cidade que visitei enquanto ainda seguia viagem foi Quito, a capital equatoriana.
Fazia pouco mais de duas semanas que estava somente no calor e litoral. Voltar para as altitudes superiores me deixou um pouco apreensivo, ainda mais porque a folha de Coca, que me ajudou a amenizar os efeitos da altitude na Bolívia e Peru, é proibida no Equador.
Saí de Montanhita, no litoral do Equador e fui até Manta de carona. Pedi uma vaga com o dedo na rodovia mesmo e demorou pouco mais de 30 minutos para alguém parar. Segui viagem com um caminhoneiro que não falava muito, mas consegui saber um pouco mais do estilo de vida do Equador.
Em Manta, comprei uma passagem até Santo Domingo por US$ 6 (R$ 19) já que não havia direto para Quito. De Santo Domingo paguei mais US$ 4 (R$ 12,60) na passagem até Quito. No total foram 16 horas de viagem.
Quito é rodeada de lindas montanhas, uma é um vulcão inativo e tem inúmeros parques naturais espalhados pela cidade.
Já tinha visto um hostel pela internet e peguei um ônibus para ir até o local. O quarto custava US$ 10 (R$ 31,50) e tinha quatro camas. Quem tomava conta era uma família da Venezuela, que vivia ali há pouco mais de 6 meses.
Foi um lugar bastante acolhedor em que os proprietários me indicaram alguns lugares para conhecer. Como havia chegado no domingo a tarde fiquei por ali mesmo, no bairro La Mariscal e fui fazer compras para cozinhar no hostel.
A noite há bastante barzinhos e casas noturnas na região, até encontrei um que tocava Heavy Metal, estilo que gosto e que não ouvia há um bom tempo. O problema é que saí somente com minha CNH e não deixavam adentrar os bares sem o passaporte, por ser estrangeiro. Infelizmente foi assim em todos. Voltei para o hostel e apesar de estar próximo dos lugares resolvi dormir.
No outro dia fui até o mais famoso ponto turístico de Quito: a cidade Metade do Mundo, onde um obelisco e uma linha no chão marcam a divisão do globo terrestre em seus dois hemisférios. Pode ser coisa de turista, mas é divertidíssimo colocar um pé no norte e outro no sul.
É emocionante estar na latitude 0, mesmo sabendo que a marca não seja tão precisa, já que a 200 metros dali, no Museu de Sítio é que se encontra a divisão precisa, feita por GPS.
A entrada para a atração turística custa US$ 3,50 (11,05), sem direito a subir no obelisco situado no centro da cidade e sem direito a entrar em um museu do lugar. No fim do passeio o turista pode ler sobre algumas curiosidades e mistérios do lugar, como uma afirmação que ali o seu peso pode ser de até dois quilos a menos.
Como tinha ido na parte da tarde não pude conhecer a famosa montanha em que fica um vulcão adormecido em Quito, já que era um domingo a noite e não havia visitação.
Voltei ao hostel e olhei minha conta bancária. Fiquei pensando se continuava seguindo viagem para a Colômbia ou se fazia o caminho de volta. Fiz os roteiros possíveis e um pouco de contas e decidi que o melhor era voltar dali.
Mas na volta, ainda daria tempo para conhecer um último lugar, a mágica cidade de Huaraz, no norte do Peru, que muitos amigos haviam falado. Agora é voltar para casa!