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Diversão

Cansada de ver a filha no celular, mãe faz festa proibida para maiores de 18

O plano é realizar pelo menos uma balada teen por mês e no futuro abrir um espaço dedicado aos adolescentes.

Kimberly Teodoro | 17/09/2018 07:58
Teve até open de pipoca e algodão doce no camarote (Foto: Claianne Lamperth)
Teve até open de pipoca e algodão doce no camarote (Foto: Claianne Lamperth)

Campo Grande não tem muita opção para adolescentes. Por isso, quando rola festa teen, a fila é garantida. No fim de semana, casa noturna abriu as portas só para menores, com idades entre 12 e 17 anos. A noite foi regada a refrigerante, energético e água, com direito a open de pipoca e algodão doce no camarote. Além do lugar, apenas a música era de marmanjo: muito funk e e pop das 18h às 22h.

Com uma adolescente em casa, a publicitária Geysi Monteiro conta que a ideia da festa surgiu para colorir a vida da filha, que aos 15 anos vive grudada na tela do celular. Preocupada, ela via a menina passar cada vez mais tempo em casa e na internet.  Então, lembrou da tradição das matinês e decidiu produzir a própria.

A empresária Anna Vianna, uma das organizadoras, lembra que eram comuns na cidade as festinhas à tarde em clubes e boates, até o início dos anos 2000. Em 2018, a proposta é abrir de novo esses lugares para os adolescentes se divertirem e os pais ficarem tranquilos.

Pirulitos e balas foram ideia de Isabela e fizeram tanto sucesso que acabaram antes das 21h (Foto: Kimberly Teodoro)
Pirulitos e balas foram ideia de Isabela e fizeram tanto sucesso que acabaram antes das 21h (Foto: Kimberly Teodoro)

Sem se preocupar muito com o cenário, que dessa vez não teve decoração, a primeira festa foi organizada em apenas um mês e com orçamento pequeno, mas serviu de experiência para as próximas edições. O plano é realizar pelo menos uma balada teen por mês e no futuro abrir um espaço dedicado aos adolescentes.

Na escolha do local a prioridade foi a segurança, quesito que, por mais incrível que pareça, fez as organizadoras cortarem um dobrado, "Muitas das casas que procuramos não tinham todos os alvarás regulares e nem estavam dentro das normas de segurança corpo de bombeiros, nossa preocupação foi verificar principalmente as saídas de incêndio, porque querendo ou não são crianças e se acontecesse alguma coisa o pânico transformaria a festa em outra Boate Kiss, tomamos todos os cuidados para que prevenir uma catástrofe", relata Anna.

Nas redes sociais, as páginas do evento atingiram 1.3 mil interessados, mas a animação não garantia a presença. "Recebemos muitas ligações das crianças pedindo para conversarmos com os pais, em todo momento tentamos deixar o mais claro possível que é um evento sério e que eles estariam seguros aqui e mesmo assim muitos pais decidiram esperar a primeira edição acontecer, para quem sabe liberar os filhos para vir na próxima", conta Anna.

Com DJs animando a festa a garotada lotou a pista das 18h às 22h (Foto: Isabela França)
Com DJs animando a festa a garotada lotou a pista das 18h às 22h (Foto: Isabela França)

Mesmo trabalhando em agência e lidando com redes sociais o tempo todo, para Geysi, a grande dificuldade foi falar a linguagem do público da festa, que mesmo novo é exigente. Para isso a participação da filha, Isabela França, de 15 anos, foi essencial.

A adolescente participou de todo o processo de organização, trouxe ideias como a venda de pirulitos e balas, ajudou na escolha do estilo musical, envolveu os amigos na divulgação e até entrou em contato com estudantes de outras escolas, tirou fotos da pista e até ficou na bilheteria superando a timidez em nome do projeto.

Outra estratégia foi usar promoters, que tiveram as mesmas vantagens oferecidas aos promoters em festas de adulto, ali eles ganharam a entrada da festa e direito aos bangalôs, códigos de desconto para os amigos e fichas de refrigerante para aproveitar a noite. Foi uma alternativa para quem queria muito curtir a festa, mas estava sem dinheiro e também por quem queria ficar por dentro da novidade. Para isso, bastava enviar uma mensagem com dados pessoais para o Instagram do evento, junto com uma autorização dos pais, é claro.

Larissa, de 14 anos, foi uma das promoters, ela conta que ficou sabendo da festa pelos amigos, e que se interessou em participar da divulgação por ser algo que os adolescente de Campo Grande não têm. 

Quem também gostou da ideia foi a mãe de Larissa, a diretora administrativa Flávia Muniz, que concorda com a necessidade de mais opções de lazer para os adolescentes. Ela foi levar e buscar a filha no evento, mas não sentiu necessidade de entrar e conhecer a casa.  "A gente orienta muito em casa, como se comportar na rua para que tenha outas oportunidades, confio muito nela, pelo que ensino em casa", diz.

Aos pais que pensam diferente, as portas estavam abertas para vistoria do local. Anna conta que esse contato foi importante para tranquilizar-los, já que muitos estavam deixando os filhos sairem pela primeira vez. "Aqui funciona igual escola, os pais deixam na porta e só sai quando o pai vem buscar ou com o Uber na porta, porque aí é pelo aplicativo e o pai já está sabendo ele está voltando para casa", explica Anna, que passou a noite entre a portaria e o celular postando imagens do evento para tranquilizar quem estava acompanhando tudo de casa.

No vídeo abaixo você confere alguns dos momentos da festa e quem tiver o interesse, o contato é pelo Instagram.

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Com idade limite, dessa vez a galera apresentou o RG na porta para provar que ainda não chegou aos 18 anos (Foto: Isabela França)
Com idade limite, dessa vez a galera apresentou o RG na porta para provar que ainda não chegou aos 18 anos (Foto: Isabela França)

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