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Diversão

Com música e artesanato, moradores comemoram 98 anos do bairro Amambaí

O bairro mais antigo de Campo Grande fez aniversário ontem, mas presente para a população continua até dia 7 de dezembro

Alana Portela | 02/12/2019 07:46
Várias pessoas participaram do sarau do Amambaí que aconteceu ontem na Praça Cuiabá (Foto: Alana Portela)
Várias pessoas participaram do sarau do Amambaí que aconteceu ontem na Praça Cuiabá (Foto: Alana Portela)

Com música e artesanato os moradores comemoram ontem os 98 anos do bairro Amambaí na Praça Cuiabá, com o “Sarau Viva Amambaí”. O bairro mais antigo de Campo Grande fez aniversário no dia 1º de dezembro, com programação de esporte e cultura gratuita para toda comunidade. As celebrações continuam até dia 7 deste mês.

O empresário Cristiano Nakazato mora no bairro há um ano e comenta sobre a importância do evento. “Nasci no Centro de Campo Grande e essa é minha referência de bairro, gosto muito daqui, principalmente do quartel e do coreto da Praça Cuiabá”, disse. O coreto existe no local desde 1930, passou por reforma, mas manteve a estrutura original e ganhou cores.

Fica no ponto de confluência das ruas Dom Aquino, Marechal Rondon, Sargento Cecílio Yule e Avenida Duque de Caxias. É o único marco remanescente do traçado topográfico elaborado em 1920, quando o local era ponto de intercessão de várias ruas para acesso à região dos quartéis e da Vila Militar.

Cristiano relata que morou 12 anos em Cuiabá, no Mato Grosso, contudo não resistiu e voltou à cidade natal há um ano. Desde que retornou, resolveu ficar no Amambaí, onde já faz parte da história. Neste fim de semana, participou do sarau e comentou sobre o evento. “É um jeito de formar uma grande família, mas os moradores têm que sair de casa e participar”.

Cristiano Nakazato mora no bairro há um ano e fala sobre a importância do evento para os moradores
Cristiano Nakazato mora no bairro há um ano e fala sobre a importância do evento para os moradores
Teve exposição e venda de artesanatos durante o evento (Fotos: Alana Portela)
Teve exposição e venda de artesanatos durante o evento (Fotos: Alana Portela)
Dentro do Amambaí, a Morada dos Baís é patrimônio cultural da Capital (Foto: Alana Portela)
Dentro do Amambaí, a Morada dos Baís é patrimônio cultural da Capital (Foto: Alana Portela)
O coreto está na Praça Cuiabá desde 1930 e é um dos encantos do bairro Amambaí (Foto: Alana Portela)
O coreto está na Praça Cuiabá desde 1930 e é um dos encantos do bairro Amambaí (Foto: Alana Portela)

Com ruas largas e muitas árvores, é possível encontrar tranquilidade, mesmo estando tão próximo do Centro. O bairro faz parte do desenvolvimento da Capital, é um dos maiores em relação a território e conta com prédios de “peso”, como Mercadão Municipal, que é um ponto turístico e conhecido pelos pastéis e outros produtos.

Conta também com a Casa da Maçonaria, Morada dos Baís que hoje é espaço cultural e recebe atrações musicais. É um dos vários prédios centenários que estão no local desde o começo da Capital.

“Tem ainda a Igreja Perpétuo Socorro que também faz parte do bairro, assim como o quartel. 70% da rede hoteleira da cidade está aqui e até o prédio da antiga rodoviária já foi sede da prefeitura da Capital. Contamos com a presença da Federação do Comércio, Sesc, Sebrae, Casa da Industria, Correios, etc. Tudo começou aqui”, comentou Rosane Nely Lima.

Ela mora no bairro há décadas, é responsável pelo prédio da antiga rodoviária e presidente da associação dos moradores. Está à frente da programação de uma semana para celebrar mais um ano de existência do Amambaí. “A comemoração começou com uma corrida em frente aos Correios, que contou com 150 participantes”.

“É um momento de reunir todos numa festa. Aqui mora cerca de 8 mil pessoas e todos são mais velhos. Não tem criança, os mais novos são adolescentes de 15 anos”, contou ela.

O evento de ontem contou com exposição de artesanato, barracas de comidas a venda. O tempo até quis atrapalhar, ameaçando chover, porém a música não deixou os participantes desistirem da programação. A programação começou com cortejo do grupo Maracangalha e depois veio as apresentações do grupo Cachaça Elétrica, Os Alquimistas, Peixes Entrópicos, Vídeo Sonic, Ana Cabral e encerrou com uma escola de samba.

Marcos Caetano é paulista, está de férias na Capital e conta que resolveu aproveitar a festa comunitária (Foto: Alana Portela)
Marcos Caetano é paulista, está de férias na Capital e conta que resolveu aproveitar a festa comunitária (Foto: Alana Portela)
Geni Rosa de Jesus está de passagem por Campo Grande e comenta sobre o sentimento se sentir parte de uma família no bairro (Foto: Alana Portela)
Geni Rosa de Jesus está de passagem por Campo Grande e comenta sobre o sentimento se sentir parte de uma família no bairro (Foto: Alana Portela)

Geni Rosa de Jesus, 60 anos, é de Coxim e veio visitar os amigos na Capital. Soube do evento e resolveu conferir a festa de perto. “Vim passear, é uma maravilha essas atividades porque movimenta e traz alegria no bairro. Onde moro já teve isso, mas parou o que é uma tristeza. Agora penso em morar aqui”, disse.

Marcos Caetano é técnico de transporte, é paulista e chegou na Capital há 15 dias. Gosta de conhecer novos locais e soube através de um amigo que aconteceria um evento na praça e quis participar. “É um movimento bom de resistência a cultura e isso precisa no país. Acredito que quanto mais cultura a pessoa tem mais as chances para um universo melhor”.

Ele mora em São José dos Campos -SP, porém reclama que a celebração não acontece por lá. “Isso acontecia há uns três anos, mas parou. Contudo, existe a necessidade do resgate da história, a cultura na rua, crianças vendo arte e até uma forma de construir uma família. O acontecimento do bairro está no dia a dia, coisas positivas. Viver em comunidade é a melhor coisa que pode acontecer no país”, afirmou Marcos.

Mais diasA programação de aniversários dos 98 anos do bairro continua e todos podem participar. Hoje tem ação social dentro da antiga rodoviária. No dia 3 tem exibição do documentário “T´Amo” também no mesmo lugar.

No dia 4 a programação é um rolê fotográfico das 8h às 10h pelo bairro. No dia 5 tem ação social com o pessoal da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) que vão estar na antiga rodoviária dando dicas sobre empreendimentos aos comerciantes. O evento encerra no dia 7 com o “Amambaí Verde”, que será feira orgânica, brechó e artesanato.

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Os moradores sentaram nas cadeiras para curtir a programação do fim de semana (Foto: Alana Portela)
Os moradores sentaram nas cadeiras para curtir a programação do fim de semana (Foto: Alana Portela)
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