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Diversão

Com teatro, dança e Sarobá, Corumbá volta a "respirar" cultura com festival

Primeiro dia da 16ª edição do Festival América do Sul teve atrações desde às 09h desta quarta-feira (25)

Adriano Fernandes e Suzana Serviam | 25/05/2022 21:20
Sarau do Sarobá em Corumbá. (Foto: Suzana Serviam)
Sarau do Sarobá em Corumbá. (Foto: Suzana Serviam)

Um dos maiores eventos de cultura do nosso Estado o Fasp (Festival América do Sul Pantanal) retornou nesta quarta-feira (25) em sua 16ª edição, tomando a Cidade Branca com espetáculos de teatro e dança. Entre os moradores e turistas que acompanham a programação a expectativa é das melhores, diante da retomada do festival que é cara de Corumbá, após hiato de dois anos por conta da pandemia.

Com uma simpatia e o típico sotaque corumbaense irresistíveis, o corretor de imóveis Sebastião Pedraza, o “seo” Tião, de 73 anos, conta que ficou feliz com o retorno do festival, apesar do receio quanto à covid-19. Por via das dúvidas ele garante que vai curtir o evento, sem deixar de lado os cuidados com a saúde.

“Depois dessa doença, de todas as coisas que estamos enfrentando as pessoas ficaram meio em cima do muro. Sem saber se saem de casa ou não já que vai chegar muita gente de fora, não sabemos como as pessoas estão de saúde, então, o pessoal fica meio ressabiado. Mas eu vou no festival, vou colocar máscara e ficar um pouco distantes das outras pessoas”, diz.

Morador em sítio, “seo” Tião conta que não conseguiu se inteirar de toda a programação do evento, já que só vai uma vez por semana até Corumbá. Mas tem esperança que algum famoso da novela Pantanal apareça por lá. “Será que o Almir Sater vem? Pode ser que venha, não é. Uma festival tão importante quanto esse”, torce.

Da esquerda para a direita, Ariane Bezerra, de 22 anos, e a mãe, Bianca Mendes bezerra, de 42 anos. (Foto: Suzana Serviam)
Da esquerda para a direita, Ariane Bezerra, de 22 anos, e a mãe, Bianca Mendes bezerra, de 42 anos. (Foto: Suzana Serviam)

Já a bancária Bianca Mendes Bezerra, de 42 anos, e a filha Ariane Bezerra, de 22 anos, saíram da cidade vizinha, Ladário, para irem prestigir a sobrina, de 12 anos,  atuando na peça "Lobivar, o Menino Que Nasceu Livro" do GETT (Grupo de Experimentos e Truques Teatrais). Para ela, a cada edição o festival exalta tudo o que Corumbá tem de melhor.

"O festival consegue movimentar a cidade, fomenta a economia local. É uma oportunidade onde as pessoas podem apresentar a culinária local, que é muito rica, a gente consegue aproveitar bem o Pantanal com as suas belezas e permite que as pessoas possam aproveitar bem os atrativos da cidade", comenta.

O retorno do festival também é um sinônimo de que, aos poucos, a rotina na cidade está voltando à normalidade, mesmo diante da pandemia. "A gente fica muito grato, feliz por poder estar acolhendo essas pessoas então a expectativa é a melhor possível", completa.

Quem também concorda que o evento vai trazer mais alegria e lucros para a cidade é a professora Viviane Lemos, de 40 anos. Ela e o namorado foram pegos de surpresa ao se depararem com o sarau do Sarobá do grupo de Teatro Imaginário Maracangalha, aqui da Capital. A festa, que por anos também ocorria esporadicamente em espaços públicos de Campo Grande tem como marca registrada a reunião de diversas apresentações artísticas e tribos, gastronomia, moda e muita gente interessante.

Em Corumbá, o local escolhido para a festa foi o antigo bairro de mesmo nome, Sarobá onde predominam moradores quilombolas. "Achávamos que a programação iria começar amanhã, com o show do Michel Teló, que todo mundo gosta aqui na cidade. Daí vimos a movimentação e viemos conferir. Talvez esse ano o movimento seja um pouco fraco, já que as pessoas estão receosas depois de tanta coisa ruim que aconteceu. Mas o festival vai ser bom mesmo assim. Vai contribuir com a cidade, com a economia", diz.

A programação desta quarta-feira começou às 9h, com exposição de artesanatono MUHPAN (Museu de História do Pantanal), seguido do espetáculo de dança Cabeção pelo Mundo Maria Eugenia (SP) e seminário e teatro.

Viviane e o namorado. (Foto: Suzana Serviam) 
Viviane e o namorado. (Foto: Suzana Serviam)

Diretor presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Gustavo de Arruda Castelo, o Cegonha, conta que a maior dificuldade de organizar a 16ª edição do Festival América do Sul foi não poder "encaixar" na programação todos os artistas interessados em tornar esse retorno ainda mais especial.

"Todos os artistas queriam participar, queriam contribuir, entregar o seu trabalho depois desse período de suspensão, mas, infelizmente a gente não pode contemplar a todos. Então essa seleção de artistas foi a parte mais difícil", comenta. Mas o orgulho de entregar, um evento que exalta tudo o que a cultura sul-mato-grossense tem de mais rico, supera qualquer frustração.

"Corumbá inspira e respira cultura então não há nada mais gratificante do que poder devolver a cidade o seu direito de receber esse festival, depois de 2 anos de pandemia, muita luta e sofrimento", conclui Cegonha.

Vale lembrar que hoje é só o começo do Festival América do Sul. A 16ª edição do evento segue com vasta programação cultura até domingo (29) e vai homenagear o Centenário da Semana de Arte Moderna, conhecida como Semana 22, e que foi realizada entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922.

Os shows começam a partir amanhã, mas nesta quarta-feira (25) já foram realizadas algumas atividades, como a oficina de artesanato no Muhpan (Museu de História do Pantanal), e a apresentação de dança paulista “Cabeção pelo mundo Maria Eugenia”, no CCI (Centro de Convivência do Idoso). A programação conta ainda com nomes como do Michel Teló, na quinta-feira, o grupo de pagode Atitude 67, na sexta, cantor Marcelo D2, no sábado, e a cantora Mart'nália, no domingo. Todos os shows serão na Praça Generoso Ponce, em Corumbá.

A programação completa pode ser conferida aqui.  

 


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