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Diversão

Depois de 2 anos, Folia de Reis volta para as ruas do interior de MS

Foliões saem cantando músicas e arrecadando doações para realizar festa para todos no dia 6 de janeiro

Bárbara Cavalcanti | 30/12/2021 14:23
Grupo Companhia de Reis Estrela Guia, de Vicentina. (Foto: Rubens Valente)
Grupo Companhia de Reis Estrela Guia, de Vicentina. (Foto: Rubens Valente)

Foram dois anos de pandemia em que os grupos de Folia ou Companhia de Reis ficaram sem levar as cantorias sobre o nascimento de Jesus pelas ruas do interior de Mato Grosso do Sul.

Nesse fim de ano, com o avanço da vacinação, os grupos voltaram a visitar as casas das pessoas para cantar e arrecadar doações para a festa de Dia de Reis, celebrada em 6 de janeiro.

“Ficamos dois anos parados por causa da pandemia. Agora as pessoas estão animadas, todo mundo está bem feliz”, comenta Valdecir da Silva dos Santos, de 54 anos, presidente do grupo Três Reis do Oriente, de Vicentina, distante 250 quilômetros da Capital.


De origem europeia, a tradição católica já faz parte da cultura popular, principalmente nas cidades menores. Tudo começa no dia 24 de dezembro, à meia noite. O grupo sai com violões, tambores e triângulos pelas ruas. Quem puxa a cantoria é o embaixador e o grupo o acompanha nas canções religiosas. Cada grupo tem suas particularidades.

A tradição remete ao episódio dos Três Reis Magos, Gaspar, Belchior e Baltazar, que viram a Estrela de Belém no céu e por ela se guiaram para encontrar Jesus recém nascido e oferecer presentes para a criança. Os personagens são representados pelos palhaços, geralmente vestidos com trajes e máscaras coloridas.

Nas casas, as pessoas entram na folia e fazem doações conforme a condição do morador. Tudo arrecadado é revertido para a grande festa que acontece no mês seguinte. “A gente recebe tanto dinheiro, quanto comida, arroz, óleo. Até uns carneiros e uns porcos já doaram pra gente pro dia da festa. Antigamente ia a noite inteira, até amanhecer”, comenta Ruben Ferreira, de 66 anos, natural de Ivinhema, 296 quilômetros de Campo Grande.

Seu Ruben relata ser folião desde que se lembra de gente. “Eu canto Reis desde os 10 anos de idade. Quando eu era pequeno, já lembrava do meu pai, que era rezeiro, e então me deu vontade de aprender. Desde então não parei mais, até hoje”, relembra. Agora, é fundador da Companhia de Reis Ferreira, um dos grupos tradicionais da cidade. Em Ivinhema existem pelo menos outros grupos que também saem pelas ruas cantando Reis.

Em Vicentina, o grupo Três Reis do Oriente é um dos grupos que vai até entre os diferentes municípios. Valdecir conta que é folião há 8 anos. “Agora estamos em Dourados, mas ainda vamos também para Fátima do Sul e Indápolis”, detalha Valdecir.

O jornalista Rubens Valente estava de viagem por Mato Grosso do Sul e encontrou a Companhia de Reis Estrela da Guia, também de Vicentina, em Vila de São Pedro. O próprio grupo também estava em viagem pela região, fazendo as arrecadações para a festa em janeiro.

"As pessoas estão todas nos recebendo em todas as casas, o povo está muito animado", reforça seu Valdecir.

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