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Diversão

Depois de águia, urubu-rei clicado em cachoeira vira sensação

Essas e outras fotos fazem turistas desejarem cada vez mais Mato Grosso do Sul – "porém acende um alerta", diz gerente de fazenda

Thailla Torres | 25/01/2021 13:30
Águia avistada e registrada nas lentes do fotógrafo (Foto: Cristiano Godinho)
Águia avistada e registrada nas lentes do fotógrafo (Foto: Cristiano Godinho)

Desde ontem (24) o celular do guia de turismo Cristiano Godinho, 43 anos, não para de tocar. Pela primeira vez ele avistou uma harpia, considerada maior águia do país, e conseguiu fazer uma fotografia no momento que ela caçava um macaco prego. As imagens logo ganharam as redes sociais assim como outros registros inéditos, como a de um urubu-rei, avistado no ano passado na maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, a Boca da Onça, em Bodoquena. Mas as fotos também só ficaram famosas agora.

Para o guia que também é gerente da empresa Boca da Onça Ecotour, conhecida pelos passeios em um dos paraísos naturais do estado, o sentimento claro é de emoção. “Desde que cheguei em Bodoquena sempre falei que queria ver a harpia. E dessa vez finalmente consegui. Maior sorte foi ter pego ela com a presa entre as garras, o que é uma cena mais rara ainda”, afirma.

Desde então emissoras, amigos e profissionais da biologia estão entrando em contato interessados na história. Para o guia, um reconhecimento importante para reforçar a necessidade de preservação da região que, segundo ele, “luta contra as ameaças” diariamente.

“Fico feliz pela exibição que mostra que a preservação no local onde eu trabalho tem ajudado esses avistamentos. Isso também mostra que a nossa região ainda tem o equilíbrio necessários para a sobrevivência necessária da fauna e da flora. Porém, esse equilíbrio está sendo cada vez mais ameaçado com a chegada dos fazendeiros”, diz.

A beleza do urubu-rei clicado no ano passado (Foto: Cristiano Godinho)
A beleza do urubu-rei clicado no ano passado (Foto: Cristiano Godinho)

Na visão de Cristiano é necessário um equilíbrio de todos os lados. “É preciso um entendimento entre as partes: turismo que explora o meio ambiente de forma preservada, o fazendeiro que precisa plantar e alimentar o mundo e a sociedade em geral que também precisam preservar esse local”, destaca.

Através da preservação, Cristiano diz que já pode observar diversos animais, como harpia, urubu rei e famílias de cachorro vinagre, que são igualmente raros. “Por monitoramento via câmera também já avistamos lobo guará, onça parda, jaguatirica e uma infinidade de animais mais corriqueiros como a anta e lobinho”, menciona.

Cristiano está no turismo há 3 anos e 7 meses. Iniciou depois de fazer um treinamento com um sistema da antiga empresa em que era gerente. “Quando cheguei aqui fiquei encantado com a natureza, pois sempre gostei desse contato com os animais e mato. Após alguns meses, recebi uma proposta por intermédio de um consultor para gerenciar o passeio e não tive dúvidas”, conta.

Ave foi avistada na cachoeira Boca da Onça (Foto: Cristiano Godinho)
Ave foi avistada na cachoeira Boca da Onça (Foto: Cristiano Godinho)

Clique do urubo-rei – Em outras imagens publicadas neste domingo, Cristiano mostrou a beleca do urubu-rei, que foi clicado no topo da cachoeira Boca da Onça. O gerente conta que um guia de turismo avistou a ave e entrou em contato com ele pelo rádio.

Quando chegou ao local o urubu-rei e outros voaram, mas Cristiano não desistiu. Ficou durante um tempo em uma passarela até garantir o retorno das aves. Quando dois urubus-rei apareceram, Cristiano aproveitou para fazer os cliques e conseguiu mais de 200 imagens, que revelam toda beleza do animal e surpreendem pelas cores.

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