Depois de levar milhares para a rua, Carnaval na Esplanada quer patrocínio
No quarto ano de bloco na rua, o Capivara Blasé levou 25 mil pessoas para a Esplanada Ferroviária. O Cordão Valu, já tradicional e com 11 anos na cidade, fez a mesma média. O campo-grandense que escolheu os blocos como opção de folia agora quer investimento à altura.
Pela primeira vez, a organização dos dois nomes do Carnaval da Capital tiveram parceria da cerveja Skol, mas nenhum patrocínio.
"Foi uma coisa que nunca havia sido feita e a Skol quem procurou a gente para fechar algumas coisas. Acho que mais do que nunca, eles perceberam que de fato a gente vem potencializando e movimentando o Carnaval e está na hora mesmo de conseguir um patrocínio", defende o criador do Capivara Blasé, Vitor Samudio.
O resultado de público é a prova de que o investimento da iniciativa privada tem retorno. "Para a gente é muito claro que precisamos urgente de um patrocínio, para que se possa dar mais condições. Começamos em 2014 com mil pessoas na rua, este ano foram 25 mil", compara.
Foram 10h de música que o Capivara Blasé levou para Esplanada na última segunda, inclusive com dois pontos de som. "A cada ano a gente vem trabalhando muito forte na questão de estrutura, para oferecer o melhor para o folião. A gente tem uma das melhores estruturas de som e atrações musicais, é isso que faz toda a diferença e custa muito caro", enfatiza Samudio.
Produção boa e estrutura exige dinheiro, coisa que quem organiza os blocos, não tem. "O Carnaval de Campo Grande acontece por pessoas que gostam, por grupos que gostam desta celebração e se juntam e organizam. Agora está na hora da gente conseguir uma injeção financeira para que possamos ter condições de produzir o que a gente pensa", argumenta Samudio.
Na prática, para os foliões, a estrutura que falta está relacionada a mais banheiros. Seguindo os blocos desde o primeiro dia, Leonardo e Mariela apontam o que para eles precisa ser melhorado. "Mais banheiros e lixeiras também. Eu que achei essa sacolinha e fui colocando, mas não tem onde deixar o lixo", fala o advogado Leonardo Guimarães Vicente, de 28 anos.
"É só isso, o resto estava muito bom. Bastante polícia, bem tranquilo. É deste Carnaval de rua que a gente gosta e olha que tem enchido muito, acho que o povo descobriu mesmo o Carnaval", comenta a também advogada Mariela Baruki Haack, de 24 anos.
No Valu, por exemplo, foram 30 banheiros químicos disponibilizados pela prefeitura. "O que ajudaria num financiamento, num patrocínio, é você poder pagar os custos do Cordão. Falta lixeira, ainda são poucos banheiros. São coisas que a gente vem lutando para poder melhorar a cada ano", ressalta a criadora do Cordão Valu, Silvana Valu.
Pela primeira vez no Cordão, a engenheira agrônoma Camila Romeiro, de 30 anos, criou uma estratégia para evitar as filas quilométricas de banheiros e também a mistura de homens e mulheres. "Só fico na aguinha justamente para não dar vontade de ir ao banheiro", explica.
Mãe de uma criança com necessidades especiais, ela não chegou nem a ver banheiros adaptados. "Viemos para ficar pouco, a hora que apertar, vamos embora", diz.
O recorde de público sempre surpreende, principalmente quem faz o Carnaval na raça. "Me dá muita alegria saber que todo mundo veio na paz, na brincadeira, na felicidade e entendeu a proposta do Cordão", resume Valu.
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