Escandinávia foi a região do mundo improvável para Erick encontrar descanso
Para se isolar e buscar criatividade para novas composições foi que o músico Erick Barem escolheu a dedo o destino em que poderia encontrar as duas coisas. Alternativo, o local quase não é lembrado quando se fala em turismo, por mais que seja importante culturalmente para a cultura nórdica. E foi na terra dos poderosos povos vikings, ele escolheu pela região da Escandinávia.
''É um lugar muito curioso, tem uma cultura muito diferente da nossa, por conta de questões ambientais mesmo, frio, ausência de luz no inverno, riqueza natural com os fiordes, montanhas e mares diversos'', adianta ele, que ainda está passeando pela região e topou conversar com o Lado B direto da Europa.
Desde o dia 7 de julho ele está caminhando por lá em busca de isolamento. ''Quero mais tranquilidade, um pouco de distância de tudo, o que com a tecnologia fica mais difícil, mas conseguimos dosar bem quando estamos distantes. Os primeiros dias fiquei praticamente incomunicável e isso foi muito bom, pude pensar mais na música e menos em outras coisas'', comenta.
O que ajuda nesse distanciamento é a língua falada, já que é simplesmente impossível de entender pra quem não fala. ''Parece que estou entre um monte de vikings modernos '', brinca. Na Noruega, por exemplo, tem bokmål, norueguês, lapônica setentrional e uma nova língua chamada de “novo norueguês”.
Já na Suécia tem o iídiche, romani e o sueco, ou seja, idiomas com raízes etimológicas diferentes das brasileiras, por isso a comunicação básica se faz por meio do inglês.
Erick já conheceu um pouco de Oslo, na Noruega mas por conta de produções musicais, foi passar o último fim de semana em Estocolmo. Agora já voltou para Oslo para fazer uma viagem de trem cruzando a Noruega. ''Vou passar por Oslo, Trømso, Bergen. Trømso o acesso é mais difícil porque é no extremo norte do planeta, quase no polo norte. Lá nessa epoca do ano o sol não se põe''.
Ele pretende ainda ir para Helsink na Finlândia, mas sua prioridade é a Noruega. ''Oslo é um cidade muito importante da Escandinávia! Pude conhecer um pouco do centro da cidade na minha passagem por lá, além de andar pela rua Johans Gate (avenida principal) e visitar rapidamente o City Hall, até presenciei sem querer um casamento que estava acontecendo lá, que é uma tradição casar no City Hall''.
Na Capital cultural da Escandinávia, Estocolmo, Erick descobriu que é composta de 14 ilhas, algumas com acesso somente de barco. ''Ali fui a alguns museus, destacando-se o da Fotografia, que possui diversas informações importantes sobre essa arte, além de exposições de fotógrafos consagrados e até mesmo iniciantes. Gamla Stan é o centro velho da cidade e vale muito a pena ser visitado, possui a clássica imagem dos prédios coloridos da Suécia e foi onde iniciou a urbanização de Estocolmo''.
Antes de ir pra lá, Erick sabia o básico sobre os vikings, cultura marítima, pesca, caça. Mas estando lá está descobrindo que a região é muito maior que isso. ''Na verdade, isso é uma parte da cultura complexa desses povos. são milênios de história, que começa com a fundação da Europa, então o homem sempre habitou aqui por isso é uma história absurdamente complexa''.
Foram muitas guerras e diferenças até chegar ao modelo de Escandinávia de hoje, mesmo assim, o povo de lá é extremamente educado. ''São tranquilos, respeitosos, mas não são expansivos, são bem fechados. Percebi uma equidade interessante aqui entre homens e mulheres, demonstrando um pouco da força das mulheres escandinavas, que antigamente lutavam nas guerras junto com os homens, na era Viking. Todos falam mais de uma língua, especialmente o inglês, , o que torna mais fácil a comunicação. Não há muitos pobres, pelo menos não vi pelos lugares que andei em Estocolmo ou Oslo, são poucos e os que vi ou são ciganos ou são viciados que pedem dinheiro pelas ruas''.
Uma região extremamente cara, Erick já adianta que quem quiser conhecer vsi precisar juntar um dinheiro bom antes de partir. ''As maiores despesas, sem dúvida, são as passagens aéreas do Brasil pra cá, que variam muito dependendo da época, antecedência com que se compra e principalmente condições. Mas aqui comprei em Estocolmo uma garrafa de água por 16,50 SEK (Coroa Sueca), o que dá R$ 7,30, mais ou menos. Um hambúrguer no almoço num foodtruck me custou 136,00 SEK (R$ 60,20)'', diz ele.
Mesmo assim, é uma viagem que vale a pena. Especialmente para quem curte música e metal! ''O rock daqui é algo que me chama atenção, a origem do Black Metal por exemplo, é um movimento cultural muito específico e diferente de tudo, que mostra um lado mais obscuros da escandinávia'', completa Erick.
Pra entrar na região não precisa de visto, apenas de um passaporte validade de no mínimo 6 meses. Por lá ele tem preferido seguir o roteiro que fez por conta própria antes de ir e ele garante que sim, dá pra andar por lá sem guia, mas é preciso o inglês.
''Você tem opções mais tradicionais como Hop-On Hop-Off, que realmente compensa pra quem não sabe muito sobre o lugar, que são aqueles ônibus que vão parando nos pontos turísticos e o ticket te dá direito de subir e descer muitas vezes. Eu gosto de pesquisar sobre a cidade antes e definir um roteiro próprios do que conhecer. Uso guias em locais mais específicos, como um museu mais local onde a historia é mais difícil de conseguir apenas pesquisando na internet, nesse momento os guias auxiliam muito com informações históricas importantes sobre os lugares''.