Exposição com corpos humanos de verdade é como aula de Medicina
Campo Grande é a quinta cidade no Brasil e receber a exposição “Human Bodies”, a segunda mostra itinerante mais visitada no mundo, segundo os organizadores. Aberta nesta terça-feira, a experiência é muito original.
O público olha de muito perto os corpos de pessoas mortas há mais de 20 anos, mantido graças à técnica moderna de mumificação. Um médico criou a “plastinação” em 1971, que ainda hoje um processo moderno de conservação.
Todos os corpos são de chineses e, segundo os idealizadores, foram doados em vida para a ciência e por 100 anos devem permanecer intactos, sem precisar de manutenção. Há até uma mulher grávida, que não sobreviveu ao parto e acabou exposta junto com bebê no ventre.
Na primeira versão da mostra, há 20 anos, os corpos eram expostos como mortos, deitados, mas o impacto era grande, o público ficava chocado e a forma de apresentação mudou. Agora, eles surgem em movimentos cotidianos, como andar.
É possível ver os músculos, os órgãos, as veias, os nervos, como em uma aula de Medicina. Há alguns, inclusive, com doenças como os cânceres de tireoide, bexiga, estômago e mama, além de um pulmão com tuberculose e um cérebro com um leve Acidente Vascular Cerebral.
“A ideia é aprender a lidar com o corpo humano, matar qualquer curiosidade”, comenta Suderlan de Oliveira, de 25 anos, fisioterapeuta de Fortaleza que coordena o projeto no Brasil.
Na avaliação dele, a mostra é ainda mais interessante que uma aula do curso de Medicina. “Hoje os cursos de Medicina usam bonecos ou corpos que estão no formol. Esses aqui são os que mais mostram a verdade sobre o ser humano”.
A exposição ocupa 700 m² da tenda climatizada montada no Shopping Campo Grande. Ficará aberta sempre a partir das 14 horas e seguirá pelo menos por um mês, sempre até às 21h, de segunda a sábado. Aos domingos, o horário será das 12h às 19h.
Enquanto as pessoas olham, profissionais ligados à saúde ficam à disposição para solucionar dúvidas. Há, inclusive, corpos de animais, recuperados com a mesma técnica.
Luzia Santana, apesar de ser médica, ficou curiosa e apareceu hoje para ver a exposição. “Não vejo desde que terminei a faculdade há 25 anos”, explica. A filha foi junto e ficou fascinada. “Olhando isso me arrependo de não ter feito Medicina”, comenta.
Os ingressos estão à venda no 2º piso do Shopping Campo Grande, por R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada), de segunda a sexta. No fim de semana, o valor sobe para R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada).