Festival de tatuagem é chance de ver desde competição a freak show
Maior evento de tatuagem do Estado está sendo realizado no Clube Estoril neste sábado e domingo
Atração para quem trabalha na área ou gosta das artes, o 5º Campo Grande Tattoo Fest já começou e está reunindo desde competições até presença de ‘freak show’ na programação. O evento, que teve início nesta sexta feira, segue das 10h às 00h de hoje (8) e também de amanhã.
Ao todo, 55 stands foram organizados no espaço do Clube Estoril para receber tatuadores de diversos lugares do Brasil para competir e mostrar seu trabalho. Além do foco principal nas tattoos, o festival ainda reúne o universo de body piercings, artistas visuais e shows musicais.
Um dos organizadores do evento, André Mariani, de 33 anos, detalha que a maior parte dos tatuadores presentes no Tattoo Fest se dedicam a competir nas mais de 16 categorias que avaliam e premiam as melhores tatuagens. Por isso, o evento é um prato cheio para quem está começando na área e quer aprender mais sobre a arte.
“É legal porque estamos reunindo um pouco de tudo, desde brechó até os tatuadores com as pessoas que são telas. Para quem tá começando é um workshop em tempo real”, conta André.
Além dos competidores, alguns stands também oferecem a opção de escolher um desenho e sair tatuado na hora. De acordo com André, o objetivo é que o evento agrade todos os gostos, desde aqueles que só vão para conhecer a cultura até quem já é fiel ao festival.
Competindo pela primeira vez, a tatuadora Merydianna Costa está participando da categoria “pontilhismo” e já deu início ao trabalho na sexta-feira. “A premiação é só no domingo, mas já comecei porque escolhi fazer um desenho mais conceitual. Para essa categoria, as pessoas costumam fazer mandalas ou pontilhismo geométrico, mas quis fazer algo diferente”.
Com uma colega sendo sua “tela”, Merydianna narra que o nervosismo até reapareceu por ser novata no festival. Por outro lado, Marlyn Raizer, a tatuada, explica que mesmo com a tatuagem sendo ampla, a tranquilidade ainda estava vencendo.
“Nós conversamos e acabamos combinando, então fiquei bem tranquila de aceitar receber a tatuagem. Eu queria fazer alguma e combinou com a ideia do festival”, explica Marlyn.
“Freak show”
Também pela primeira vez no festival, o tatuador Lia Perboni, de 40 anos, integra a programação como uma das atrações do "freak show”. Apaixonado pela modificação corporal, o mato-grossense explica que está animado para espalhar os sustos e conversar sobre o estilo próprio.
“Vim para assustar, mas também para animar com meu estilo e tirar a ideia de preconceito que ainda existe. A gente sabe que incomoda muita gente, mas quando conversamos as pessoas percebem que não é algo ruim”, conta Lia.
Na sexta-feira, o artista estava fantasiado de Freddy Krueguer, mas garantiu que a roupa é alterada diariamente. “No sábado vou estar com outra fantasia e no domingo também. Além de aproveitar para tirar foto com o pessoal que fica curioso, também vou participar de uma suspensão”.
Já tirando algumas dúvidas comum, Lia narra que quando fez a primeira alteração nos olhos já sabia que muitos questionamentos viriam para sua vida. “Fui fazendo as modificações aos poucos, hoje tenho escarificação, implantes na testa, orelha de elfo e implanto no braço. Lá na minha cidade faço esse papel de mostrar meu estilo e quero fazer isso aqui também, aproveitar”.
Em conjunto com Lia, Angelo Martinez também integra faz parte dos artistas que levam as alterações corporais para o evento. E, no domingo, ele será o responsável por fazer a suspensão de Lia com ganchos de aço na pele.
Personagem garantido em todas as edições, Angelo conta que é do interior de São Paulo, mas faz questão de participar do festival campograndense. “Sempre venho e a gente já se acostumou com as pessoas perguntando sobre o corpo e tal. Faz parte da rotina, então me divirto também”.
Aberto ao público, o 5º Campo Grande Tattoo Fest possui entrada de R$ 20 ou R$ 10 e um quilo de alimento não perecível. Todas as atrações estão ocorrendo no Clube Estoril, localizado na Rua Silvina Tomé Veríssimo, número 20.
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