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Diversão

Festival do Chamamé começa hoje com 5 dias de festa e homenagem a Zé Corrêa

Segunda edição do evento tem 3 vezes mais músicos convidados que no ano passado e 82 apresentações no total

Thaís Pimenta | 19/09/2018 08:02
Primeira edição do evento aconteceu em abril, com dois dias de eventos. (foto: Divulgação)
Primeira edição do evento aconteceu em abril, com dois dias de eventos. (foto: Divulgação)

A 2ª edição do Festival Cultural do Chamamé começa hoje, 19, no Dia Estadual do Chamamé. É o Brasil integrando ao Paraguai e Argentina, em 5 dias de evento e um número quase 3 vezes maior de músicos que no ano passado.

A entrada é franca e a programação percorre 3 pontos de Campo Grande: auditório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Praça do Rádio Clube e Palácio Popular da Cultura. 

De acordo com Márcio Nina, diretor do Instituto Cultural Chamamés de Mato Grosso do Sul, só de grupos de dança são 18, com mais de 300 bailarinos. ''Acho importante destacar nomes como a Compañia de Danza Taborda, de Asunción, que tem como diretor o Cristyan Quiroz, que já foi vencedor mundial de tango, por exemplo'', comenta ele.

O concurso de dança é uma das novidades desta edição. ''Temos  60 casais inscritos, e o concurso acontece no domingo. Os dois estilos inclusos na etapa são o chamamé e a polca''. Ainda segundo Márcio, como o festival vem ganhando proporções maiores, chamou atenção de autoridade dos países vizinhos, que querem incluir o evento sul-mato-grossense na agenda do maior festival do estilo, o Corrientes.

Compañia de Danza Taborda, de Asunción, é um dos destaques da programação. (foto: Acervo Pessoal)
Compañia de Danza Taborda, de Asunción, é um dos destaques da programação. (foto: Acervo Pessoal)

O homenageado do ano é o percursor do estilo, o acordeonista nioaquense Zé Corrêa, que tocou por 10 anos, lançou quase 40 álbuns e compôs 72 músicas. Zé fez história sem nunca ter tido um professor que o ensinasse a tocar qualquer instrumento, e que aos 15 anos já era um exímio músico.

A homenagem principal será no dia 21, no Palácio Popular da Cultura, em show com ''músicos do Estado, do Paraguai e da Argentina, ao mesmo tempo em que grupos de dança se apresentam, e uma performance criada para prestar homenagem ao precursor do chamamé no Estado, construindo a trajetória da cultura que territorializa o Mato Grosso do Sul pelas raízes de uma sonoridade identitária'', explica Márcio.

A abertura oficial do evento acontece hoje, às 13h30, no Auditório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com a Embajada de Villa Guilhermina, da província de Santa Fé, na Argentina. O evento parte para a Praça do Rádio Clube a partir das 16h com a Feira Gastronômica, e a presença dos músicos como Peão Pantaneiro e Neguinho Berranteiro, do interior do Estado, que apresentam o Som do Berrante.

De Campo Grande, Castelo e Grupo tocam a partir das 17h30, assim como Los Norteñitos del Chamame, o Maestro Filipin y Trio Los Dimantes del Paraguay, e o Grupo Acaba, referência em Mato Grosso do Sul, toca às 20h50.

Zé Corrêa é homenageado da vez. (foto: Divulgação)
Zé Corrêa é homenageado da vez. (foto: Divulgação)

O músico Moacir Saturnino de Lacerda, do Acaba, adianta a exclusiva apresentação programada para acontecer na abertura do evento, batizada de Chama da Paz na América do Sul. Para ele, o chamamé é a grande cultura do povo Guarani e as nacionalidades que permeiam essa descendência ''nos une com os povos do Paraguai e Argentina''.

A Chama da Paz é fruto de um estudo dos 150 anos de paz na América do Sul, pós guerra da Tríplice Aliança, uma forma de enaltecer a cultura em comum, a alegria e a paz. Juntos dos músicos pantaneiros estarão também atores, que realizam, em conjunto, um emocionante espetáculo cênico. 

''Na música de Ciranda Panteira quem está conosco é o grupo Camalote, que vem desenvolvendo um grande trabalho na área das manifestações folclóricas de Mato Grosso do Sul. Já na música Cambaracê, que significa 'choro negro', seis atores e dançarinos negros, que fazem parte do Grêmio Recreativo Escola de Samba Deixa Falar, emocionam a todos quando remetem a Retirada da Laguna, onde 137 homens com cólera, sendo a maior de negros que lutaram na Guerra, e que ficaram abandonados para serem vitimados pelo Exército Guarani'', pontua.

E para finalizar a apresentação do Acaba, na música Kananciue, seis etnias indígenas fazem suas interpretações teatrais. ''Vamos ter a música pantaneira como alma dos povos guaranis'', finaliza Moacir. Para conferir toda a programação do evento acesse o link a seguir http://www.chamamems.com.br/.

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Grupo Acaba faz grande apresentação no primeiro dia do festival, a partir das 20h50. (foto: Acervo Pessoal)
Grupo Acaba faz grande apresentação no primeiro dia do festival, a partir das 20h50. (foto: Acervo Pessoal)
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