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Diversão

Filme sobre Eliza Samudio revela conversas inéditas antes do crime

Para a mãe de Eliza, a luta pela justiça ainda está longe do fim

Por Thailla Torres | 26/09/2024 11:08
Sônia, mãe de Eliza Samúdio, chorando durante entrevista no documentário (Foto: Reprodução Netflix)
Sônia, mãe de Eliza Samúdio, chorando durante entrevista no documentário (Foto: Reprodução Netflix)

Nesta quinta-feira (26), a Netflix estreia o documentário “A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio”, que reexamina o assassinato da modelo e ex-namorada do goleiro Bruno, ocorrido há mais de uma década. Eliza Samudio, de 25 anos, mãe de um filho do atleta, foi brutalmente morta, mas seu corpo nunca foi encontrado. O crime chocou o país e resultou na condenação de Bruno e mais sete pessoas, porém muitos detalhes desse caso nunca foram totalmente revelados.

O documentário apresenta uma nova perspectiva, dando voz à própria Eliza por meio de conversas e mensagens pessoais que nunca haviam sido divulgadas publicamente. Além disso, o filme conta com depoimentos impactantes, como o da mãe de Eliza, Sonia Samudio, que até hoje luta para encontrar o corpo da filha. "Foi extremamente doloroso, chocante... A verdade está com ele, porque ele não fala. Isso não é justiça", desabafa Sonia, que afirma que a justiça pela filha não foi feita.

Eliza Samúdio foi goleira na adolescência, mas sonhava em ser modelo e estudar antes de ser morta. (Foto: Reprodução Netflix)
Eliza Samúdio foi goleira na adolescência, mas sonhava em ser modelo e estudar antes de ser morta. (Foto: Reprodução Netflix)

O caso ganhou grande repercussão não apenas pela violência e brutalidade, mas também pela figura pública de Bruno, então goleiro famoso do Flamengo, que foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Em 2017, sua pena foi reduzida, e dois anos depois, ele passou a cumprir o restante em regime semiaberto.

Apesar da condenação, Bruno jamais revelou o paradeiro do corpo de Eliza. O documentário explora essa angústia ao mostrar como a mídia focou no ex-goleiro, colocando a história de Eliza em segundo plano. A produção busca resgatar a imagem de Eliza, que, em uma coincidência trágica, também jogava futebol e chegou a ser goleira.

Além da mãe, o documentário traz depoimentos de amigos de infância de Eliza, da ex-mulher de Bruno, e de figuras públicas que acompanharam o caso. Uma das grandes críticas presentes na narrativa é sobre o fato de que Eliza tentou buscar ajuda diversas vezes, mas teve suas denúncias ignoradas pela polícia e pela Justiça. Em uma entrevista na época, Eliza chegou a relatar as ameaças de Bruno, mas foi desacreditada.

Para a mãe de Eliza, a luta pela justiça ainda está longe do fim. "Eu fico aqui olhando o Bruninho... o que vai ser de você amanhã ou depois?", reflete Sonia, referindo-se ao filho de Eliza e Bruno. "Eu não queria isso."

“A Vítima Invisível” expõe não apenas o crime em si, mas também a falha da sociedade e da justiça em proteger uma mulher que já havia alertado sobre o perigo que corria. A estreia do documentário é um convite para relembrar e refletir sobre um caso que, mesmo após tantos anos, ainda deixa muitas perguntas sem resposta.

Pai de Eliza durante entrevista ao documentário.
Pai de Eliza durante entrevista ao documentário.

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