Grupo de amigas que cresceram junto com bairro se reúne em festa com flashback
Geração da Paz Feminina surgiu ano passado no José Abrão e tem cerca de 80 mulheres que se conheceram lá
Elas se conheceram na infância, no bairro José Abrão. Hoje, as mais novas têm em torno de 35 anos e as mais velhas 45. Todas cresceram juntas, mas com o tempo algumas se mudaram do bairro, outras da cidade e teve quem saiu do País. No ano passado, durante uma festa de encontro de amigos, Tânia Tlas resolveu reunir todas e criar o grupo Geração da Paz Feminina.
Ao todo são cerca de 80 mulheres no grupo que começou no Whatsapp. No sábado (11), elas se organizaram e fizeram um encontro que não poderia ser noutro lugar senão no bairro que cresceram. “Começamos os preparativos da festa há uns três meses. Tinha que ser uma data onde a maioria conseguiria vir, ver o lugar, diversos fatores inclusos”, afirma Tânia.
O clima da festa era bem nostálgico. Na entrada do lugar já havia dois murais com fotos antigas de várias das integrantes do grupo. “Sempre ficamos lembrando de histórias antigas lá, aqui não está sendo diferente. É muito gostoso reviver essas memórias e encontrar gente que fez parte de nosso passado”, declara a gestora de recursos humanos Chirley Perine, umas das poucas que ainda vive no José Abrão.
A música também condizia com o ambiente, o flashback dos anos 80 rolava e elas dançavam e se divertiam com a trilha sonora. “Fizemos outras playlists com músicas atuais também, mas, pelo menos no começo da noite, temos que tocar as mais antigas, afinal foi embalada por elas que curtimos muitas noites”, explica Tânia.
As mulheres se tratam como uma grande e para selar a união do grupo até camiseta fizeram com o nome de cada integrante nas costas. “Tem uma de nós que está morando nos Estados Unidos e ela fez questão de que fizéssemos a camiseta e mandássemos pra ela por correio. Tudo isso é pelos bons tempos que passamos”, pontua Chirley.
Apesar de simples, a decoração foi caprichada. Tinha “bolo” feito com latas de cerveja, balões, garrafas de bebidas, tudo que fizesse lembrar um bar. “Fizemos algo para lembrar da época em que começamos a sair, era tudo bem simples, diferente do luxo que se tem hoje em dia”, enumera Tânia. Uma garrafa decorada com linhas de barbante foi dada no fim para quem compareceu como lembrança.
A Geração da Paz Feminina pretende fazer pelo menos um encontro deste por ano. “Por mais que a distância nos separe a gente tem esse vínculo que criamos há muito tempo. Muitas de nós ainda têm família aqui, minha mãe e minha sogra vivem aqui, meus filhos sempre estão aqui e já estão criando laços também. O ideal seria que a gente se reunisse umas duas vezes por ano, mas é difícil, uma vez é certeza”, garante Tânia bastante animada e se preparando para curtir com a turma até que o dia amanhecesse.