Guilherme percorreu o país e volta para MS com muito afeto e afronta
O jornalista vai lançar sua nova obra em Campo Grande: “Afroturismo: Afeto, Afronta e Futuro"
Determinado a usar seu trabalho com a comunicação para dar visibilidade e voz a uma cultura apagada do nosso contexto urbano, o jornalista e escritor Guilherme Soares Dias, escreveu o livro “Afroturismo: Afeto, Afronta e Futuro”, que convida o leitor para conhecer mais da cultura e da história negra.
Nascido em Mato Grosso do Sul, mas com carreira consolidada fora do Estado, Guilherme é também a mente por trás da do Guia Negro, um canal de mídia independente, que conquistou espaço em mídias tradicionais do país levando a pauta da luta antirracista para jornais com grande alcance nacional, com a Folha de São Paulo e o Catraca Livre.
Mas remar contra a maré de anos de discriminação e injustiças é uma luta constante, que ainda dura até os dias de hoje. Consciente disso, Guilherme declara que o espaço conquistado ainda é pouco e pretende avançar mais, para que outros possam avançar também.
Temos buscado fazer com que a gente esteja dentro desses veículos com força e com solidez, e que esse espaço seja ampliado, que mais pessoas conquistem, que mais pessoas possam conhecer essas pautas. É uma luta diária, não tem nada ganho ainda, e nada dado, a gente está buscando cada vez mais visibilidade, mais espaço”, declara Guilherme.
Curioso, inquieto e vivendo em uma busca constante por coisas novas. Essas são as palavras que definem o jornalista, que em 2017 começou a produzir conteúdo sobre o Afroturismo no Brasil.
Em 2018, por acreditar que a história sobre seus descendentes não tinha sido contada como deveria, começou a caminhada por São Paulo, em busca de resgatar a história da vivência negra no Brasil.
Ele avalia que o Afroturismo é uma ferramenta de resistência e que “a gente está lutando também para o povo preto poder viajar, lutando para as pessoas poderem contar boas histórias, lutando para a gente ter heróis, lutando para a gente conseguir ser reconhecido no valor e na grandeza do que somos”.
Hoje a ideia é fazer a caminhada em mais lugares, a gente tem também uma parceria em Campo Grande, por exemplo, para fazer a caminhada na Tia Eva. Então é esse espaço que a gente tem visto que não estava ocupado e que eu tenho tentado ocupar”, relata
Guilherme volta para Campo Grande no dia 5 de maio, para lançar seu livro “Afroturismo: Afeto, Afronta e Futuro”. A obra é resultado de cinco anos de textos produzidos, que abordam o conceito do Afroturismo, com viagens e dicas de cultura e história negra. Em Campo Grande, o livro traz registros da comunidade Tia Eva e de Furnas do Dionísio.
O jornalista aposta que a obra irá despertar o interesse desde estudantes de turismo, e até mesmo comunicadores, pesquisadores e apoiadores da pauta antirracista, e pessoas que gostam de viajar.
Guilherme ressalta que apesar de a narrativa ser construída em um contexto geral do país, a capital sul-mato-grossense é uma cidade majoritariamente negra e está fortemente presente na obra. Ele incita os campo-grandenses a refletirem sobre sua verdadeira identidade.
“Acho que a gente precisa assumir mais a nossa identidade negra, a nossa identidade indígena. E eu acho que é esse recado que eu queria passar também com essa obra e com esse lançamento em Campo Grande. E estou bem feliz de poder voltar para casa para lançar uma obra que foi construída pelo Brasil, mas que tem esse tempero da cidade que eu nasci e que eu amo”, finaliza Guilherme.
O lançamento será no dia 9 de maio, no Café do Teatro, na Estação Cultural Teatro do Mundo, na Rua Barão de Melgaço, 117, Centro. O evento ocorre das 19h às 22h.
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