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Diversão

Justiça manda fechar Via Park Club após 25 anos e dono está de coração partido

Uma das casas mais tradicionais de bailes em Campo Grande fechou as portas

Thailla Torres | 16/07/2018 16:39
Dia 13 de julho de 2018 foi a última vez de portas abertas no Via Park Club próximo ao Parque dos Poderes. (Foto: Paulo Francis)
Dia 13 de julho de 2018 foi a última vez de portas abertas no Via Park Club próximo ao Parque dos Poderes. (Foto: Paulo Francis)

Quando a música parou de tocar na madrugada de sábado (14), no Via Park Club, o sentimento foi de despedida. Após 25 anos de história, uma das casas mais tradicionais de bailes em Campo Grande fechou as portas para cumprir ordem judicial de despejo. “Estou despedaçado, vou sentir muitas saudades e gosto muito da vida noturna”, lamenta o empresário e sócio-proprietário, Mário Montalbano, de 57 anos.

Ele e o sócio foram obrigados a entregar o prédio instalado em uma área 2.817 m², na Avenida Mato Grosso, na esquina com Avenida Hiroshima, próximo ao Parque dos Poderes. A área foi comprada em 2015 por uma imobiliária. Sem acordo para a desocupação, a empresa teve de entrar na Justiça em fevereiro deste ano, pedindo a saída do imóvel por falta de pagamento de aluguéis e IPTU.

Até ano passado, clube ficava lotada com bailes sertanejos. (Foto: reprodução Facebook)
Até ano passado, clube ficava lotada com bailes sertanejos. (Foto: reprodução Facebook)

Mário alega crise, reclama que não houve negociação e a venda da área veio de surpresa. “O terreno era alugado e quando compramos o ponto, ele pertencia a uma japonesa, que chegou a dizer que nunca venderia o local e estava ali há mais de 30 anos. Mas um grupo de empresários comprou toda a área dela e agora vão construir um hotel”, conta.

Quando os novos donos chegaram, Mário afirma que eles recusaram um novo contrato. “Quando conversamos com eles (donos), nem quiseram renovar contrato. E no fim do ano passado, apertaram a gente e entraram com uma ação de retomada do imóvel”.

Além da tristeza em fechar as portas, o dono sente no bolso o prejuízo. Cerca de R$ 400 mil foi o valor investido por ele para dar continuidade a história do clube, em 2012, quando o ponto foi vendido pelo último dono. “Eu frequentava o lugar há anos e amava esse lugar. Meu pai era dono de motel e quando vendeu o negócio, peguei a minha parte e resolvi investir na noite”.

À época, o Via Park ainda estava no auge e era referência em lugar para dançar a dois. O local recebia mais de 700 pessoas, com idades bem variadas e prontas para a música regional, xote, chamamé, vanerão e bolero durante a programação que ia até às 4 da madrugada.

Há um ano, Mário escolheu se reinventar e abriu as portas para novos estilos musicais, entre eles, rock e rap. Este ano, por exemplo, a casa ficou lotada ao receber o rapper Baco Exu do Blues.

No entanto, há meses, a noite campo-grandense não é mais a mesma, segundo o empresário. “Estamos em crise, para ter uma ideia, nem os músicos estão ganhando como antes. Sempre fui vida noturna, sei como tudo era diferente”.

Apesar da dificuldade com os negócios e a tristeza em ver um sonho para trás, Mário jura que não está ressentido com a cidade. “Ainda tenho vontade de investir. Sei que vai fazer muita falta, mas o nome Via Park ainda é nosso e vamos lutar para abrir a casa em outro lugar da cidade”, promete.

Na última sexta-feira (13), a despedida foi ao som da banda Eco do Pantanal que durou até a madrugada de sábado. Neste domingo (15), os sócios divulgaram sobre o fechamento nas redes sociais.

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