Malucos por Opala, grupo faz bife na chapa para comemorar aniversário do veículo
Em Campo Grande, um grupo de amigos e alguns malucos por Opala fizeram da paixão um motivo especial para festa com bife na chapa. Entre o ronco dos motores e modelos diferentes, ontem foi dia de comemorar o aniversário do modelo e defender as vantagens do clássico lançado no Salão do Automóvel de São Paulo em 19 de novembro de 1968.
"Estamos comemorando os 48 anos do Opala. Aqui é todo mundo admirador e a gente acredita que é um carro importante na vida de muita gente. Por isso, o evento é para confraternizar e saber um pouco mais dos Opalas na cidade", explica Rodrigo Alves Ferreira, de 36 anos, um dos organizadores.
Ele enumera os motivos que fazem o carro merecer o destaque. "A gente gosta pelo estilo, conforto e força que ele tem. O tipo do motor e quem escuta esse barulho sabe que é único. Porque todo Opala tem um barulho especial", defende.
Dono de um modelo de 1992, para Rodrigo o veículo é como uma pedra preciosa desde que nasceu. "Eu sou apaixonado desde a maternidade. Eu sai do hospital dentro de um Opala da Polícia Civil, em que minha tia trabalhava. Quando eu fui crescendo comecei a estudar sobre o carro, pesquisar, até conseguir meu primeiro", conta.
O Opala é um veículo que foi inspirado no modelo americano Impala, era um objeto do desejo na década de 1960. "Justamente por isso estamos fazendo essa confraternização. Aqui a gente troca experiência, olha motor, carro e cada um ensina sobre a preparação, polimento e cuidados especiais. Porque quando a gente acha uma lata velha jogada na rua, a vontade mesmo é de comprar tudo e restaurar. Se eu ganhasse na Mega-Sena, pelo menos metade eu investia em Opalas" brinca.
É preciso ponderar que a manutenção do veículo é cara e os custos com a parte mecânica geralmente são a maior dificuldade dos donos. Em Campo Grande, Eduardo Pacheco é também um apaixonado, com três veículos na garagem.
"Tenho um modelo especial de 1972, Coupe de 1980 e Comodoro de 1977 e não abro mão deles. Mas em Campo Grande é difícil arrumar. Falta mão de obra e o trabalho não é compatível com o preço. Então, quem tem mais recurso acaba mandando o carro para fora, são três ou quatro meses para ele voltar perfeito", completa.
Os carros variam de R$ 1 mil a R$ 150 mil, dependendo do estado de conservação e do apego ao modelo. "O preço vai depender de quem gosta, é isso que manda e por isso tem todo tipo de valor. Mas no fundo quem gosta fica até difícil colocar o preço", explica.
No encontro, a festa foi feita com exposição dos carros, bife na chapa e a criançada que levou até Opala de controle remoto.
Grupo Unido - Afim de compartilharem da mesmo sentimento, em 2013 o grupo fundou o Campo Grande Opala Clube com participantes "opaleiros" que preservam o carro e também o gosto por carros antigos.
Sobre os comentários de que gostam de carro velho, todos partem para a defesa, alegando ser a paixão por um carro de estilo e com potência incomparável. "Acho que um dos sentimento mais fortes em relação ao Opala é a velocidade que ele tem, porque é engraçado quando alguém mais jovem para do seu lado com um carro novinho e praticamente de plástico, achando que o Opala não anda. Eu dou risada né, porque igual o Opala não tem", brinca Rodrigo.
Além da comemoração, tudo que o grupo quer é reunir amigos para dividir informações e ajudar quem busca restaurar um carro. "Não precisa participar do grupo só quem tem o carro, basta gostar. Aqui a gente troca informação e acaba aprendendo com os outros. Quem sabe quem não tem acaba realizando o sonho de ter, através de informações de quem entende", cita.
Quem tiver interesse de participar do Campo Grande Opala Clube, o grupo se reúne praticamente todo fim de semana e tudo é organizado pela página no Facebook.
Já curtiu o Lado B no Facebook?