Modinha do slime tem encontro nacional e 1ª edição por aqui reúne 700 pessoas
Evento deu tão certo que caixa de uma das slimers fechou em mais de R$ 3 mil
O slime, nova modinha entre as crianças, que parece besteira aos olhos de quem não tem contato com esta nova geração, faz tanto sucesso que ganhou até um encontro nacional: o Slime Time BR. Em Campo Grande, o evento aconteceu na tarde deste sábado (15), no Parque das Nações Indígenas, e reuniu cerca de 700 pessoas, que iam e vinham em busca de informações sobre a brincadeira e procuravam materiais para produção caseira de suas próprias massinhas.
Quem assumiu a organização do encontro na cidade foi a mãe de Maria Fernanda, Tatiana Faria. Sua filha tem 11 anos e mostra suas habilidades com a massinha em um perfil no Instagram, chamado Slimes Galaxy. A família, que aprova sem medo a febre dos slimes, notou que de tão popular chegava a faltar material nas papelarias da cidade para a produção dos slimes. Nessa onda, compraram algumas coisas para que a pequena pudesse vender nos encontrinhos e de repente a menina virou também uma mini empresária.
Só no Slime Time BR Maria Fernanda fechou em seu caixa mais de R$ 3 mil. Além dela, outras 9 meninas estavam dispostas com suas mercadorias, trocando e vendendo as massinhas, espuma de barbear, massa de E.V.A, glitter, corante, charmes e o bórax
Quando vão explicar detalhadamente o passo a passo para a produção da meleca texturizada as crianças deixam o vocabulário infantil de lado e sabem desvendar até o significado do ingrediente bórax, usado para dar a consistência pegajosa da massinha. "Ele é o Ácido Bórico", diz Maria Fernanda.
Pedro Henrique e Rafael de Souza eram os professores da galera, que mesmo produzindo os slimes sabiam tirar todas as dúvidas das mães curiosas que por lá passavam. "O hidrante corporal [um dos ingredientes usados] deixa o slime mais mole. O bórax deixa ele mais durinho, não permite que quebre", dizem os amigos.
Gabriell Trefzger Ballock, coordenador de marketing da papelaria Mateplas, estava ajudando na organização do evento. Para ele, é importante que os pais entendam a importância de levar a brincadeira das crianças a sério. "Eu vejo como uma atividade muito positiva porque obriga que as crianças desliguem de seus celulares, da TV, e entrem em contato com o artesanato. Saiam com seus familiares em busca de materiais, buscam informações, desenvolvem o lado social em uma brincadeira que custa, em média R$ 30,00, ou seja, é mais barata que muita boneca por aí".
Maria Clara Martinez, de 10 anos, era celebridade entre a criançada presente. Digital influencer e youtuber, a menina tem 133 mil inscritos em seu canal no Youtube e 50 mil seguidores no Instagram, tudo isso por conta do slime.
"O vídeo dela com mais visualizações bateu 1 milhão e 700 mil views. Nele ela fez um slime gigante, de 10kg", diz sua mãe, toda coruja, Jeannicy Rocha, que acrescenta que Maria já rentabiliza com seu canal.
A pequena é convidada até para eventos fora da cidade, dá oficina em eventos e é reconhecida na rua por outras crianças. Clara não sabe explicar porque a massinha faz tanto sucesso, mas acredita que tudo começou na meleca Amoeba. "Só que o slime estica mais que a Amoeba, faz o 'click', que o pessoal gosta, e é personalizável".
Mas não só as "profissionais" estavam presentes no evento. Sophia Bravo, de 10 anos, começou a fazer slimes há pouco tempo, cerca de 3 meses. A mãe, Viviane, acha graça da brincadeira, mas reclama que sua casa está repleta de pedaços da massinha colorida. "Eu entendo ela, também acho uma delícia mexer com o slime. Mas lá em casa tem slime na TV, no sofá, na parede. Esses dias até minha batederia estava toda rosa de corante", brinca a mãe.