Museu estreia cinema ao ar livre com filme que conecta música e história
De forma gratuita, CineMarco deve acontecer todo último domingo do mês com sessão de curtas e longas metragens
Parte do Parque das Nações Indígenas virou cinema ao ar livre na noite de sexta-feira (06). Para aproximar o público da produção de curtas e longas metragens de forma gratuita, o Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul em parceria com a Aliança Francesa lideram o CineMarco. O projeto, que promete trazer exibições mensais, estreou com o ‘Flores de Bálsamo’.
Dirigido por Henrique Arakaki, Karen Freitas e Lucas Miyahira, o filme é o primeiro de muitos que o projeto pretende prestigiar. Em Flores de Bálsamo, o público conhece a história da descoberta de um antigo instrumento musical, o sanshin, que proporciona o encontro de um jovem com a música e tradições da Ilha de Okinawa, despertando também lembranças de seus bisavôs.
O curta sobre descendentes de Okinawa no Estado foi gravado em Campo Grande a partir de um curso de documentário do MIS e da FCMS. Uma das responsáveis pelo projeto, Karen Freitas fala sobre a produção e a forma como ela conversou com a realidade de cada diretor.
“A gente começa a trabalhar a partir dessas provocações que vieram do curso, então a gente decide escolher para essa narrativa a família do Lucas que traz essa memória do sanshin. A gente começa a investigar essa relação da família dele com o sanshin ao mesmo tempo que o Arakaki também vem de uma família de descendentes de Okinawa, então ele encontra várias coisas em comum com o Lucas”, fala.
Apesar de não ter descendência japonesa e okinawana, a cineasta destaca que de alguma forma conseguiu se encontrar no documentário. “A gente percebe o tamanho de Flores de Bálsamo quando eu também me entendo dentro desse filme pensando na própria ancestralidade, a relação afetiva da música, família e memória”, afirma.
Sobre o filme ter sido selecionado para fazer parte do lançamento do projeto, Karen comenta que é uma satisfação ver a obra chegando a outros lugares e pessoas. "É sempre uma alegria ver que as pessoas saíram das suas casas para consumir cultura, arte. É um momento muito especial ver as pessoas assistindo algo que a gente fez", destaca.
Uma das pessoas que saíram de casa para acompanhar o CineMarco foi a corumbaense Marlene Casimiro de Almeida Bastos, de 67 anos. Ela conta o que achou de Flores de Bálsamo e a experiência do cinema ao ar livre.
“Achei interessante porque a gente sabe que aqui em Campo Grande tem influência dos japoneses. Eu não conhecia essa história e achei interessante. Pra mim foi novidade. Achei muito gostoso esse espaço, diferente”, declara.
Responsável pelo Marco, Vera Bento fala sobre a iniciativa do CineMarco e que a escolha do dia foi pensada para facilitar a ida do público ao local. “O CineMarco vai acontecer todo domingo final de cada mês, às 19h. A entrada será pela lateral do Marco e temos a intenção de prolongar a arrecadação de brinquedos”, diz.
Na exibição de sexta-feira, o museu coordenou uma arrecadação de brinquedos em prol do Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro. No clima de datas comemorativas, a escolha de Flores de Bálsamo vai de encontro com o aniversário de Mato Grosso do Sul, já que o documentário também aborda a vivência dos descendentes no Estado.
A próxima edição do CineMarco acontece em novembro no último domingo do mês. A entrada é gratuita e o espaço reservado para o filme é o paredão do museu, que fica no acesso pela Rua Antônio Maria Coelho.
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