Na campanha de abstinência sexual, sociólogo sugere "Sex Education" à ministra
Seriado da Netflix que está na segunda temporada aborda questões difíceis de saúde e identidade sexual até aborto entre jovens
![Seriado britânico fala sobre educação sexual envolvendo juventude, escola, além de orientações sexuais e até aborto.](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/14/11hplo3fr76c8.jpg)
Depois que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, propôs a política de abstinência sexual para enfrentar a gravidez precoce e as doenças sexualmente transmissíveis em vez de trabalhar a prevenção, o Lado B foi às ruas para ouvir a opinião das pessoas. A campanha que entra em vigor em pleno Carnaval está dando o que falar, principalmente por impor regras sobre o corpo.
Sociólogo, Plínio Luiz Domingues não só diz que a campanha precisa ser reavaliada como sugere que Damares Alves assista ao seriado da Netflix. “Acho que a ministra precisa assistir Sex Education para entender. Ela comete erros, porque ao falar da perspectiva sexual de uma pessoa, ela precisa entender mais e essa atitude é uma expressão do conservadorismo”, frisa.
O seriado aborda questões sexuais, gravidez, aborto, orientação sexual e o papel da escola e da família na discussão do tema, além da prevenção.
Ator e diretor do Maracangalha, Fernando Cruz, vê campanha como ignorância, principalmente em relação à época, de Carnaval. “É uma forma de impor o conservadorismo que existiu durante uma época e tentar restaurá-lo. É uma maneira de coibir a liberdade de expressão e uma visão preconceituosa e atrasada, que vai contra a campanha de prevenção”, destaca. Ele ainda completa que esta é uma época de festividades de gerações. “É minha vida, passou por meus avós, meus pais e agora eu. É um momento que temos a oportunidade de sermos livres e se manifestar da forma que queremos”, diz ele.
![Fernando Cruz dá a opinião a respeito da campanha da abstinência sexual e acha isso é fruto da ignorância (Foto: Alana Portela)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/14/1i0jmfggus3ho.jpg)
![Fernanda Serafim é socióloga e acredita que o momento é de educação sexual e não de impor regras (Foto: Alana Portela)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/14/1h351o9h8i9t0.jpg)
Fernando e outros entrevistados estavam no Bloco da Jurema, esquenta pré-Carnaval que aconteceu ontem no Jurema Bar, na Capital.
“O Carnaval é uma questão de cultura popular. Sobre a campanha penso que precisamos prestar atenção nas igrejas porque tem relação direta entre isso e a dominação das classes populares. Determina o que o outro pode ou não fazer com o próprio corpo e acredito que o momento seja de educação sexual e não de abstinência sexual”, afirma a socióloga Fernanda Serafim.
O acadêmico de psicologia, Daniel Owens fala que o povo precisa de uma válvula de escape. “Nessa época de pressão da sociedade é um momento de extravasar, não impor a sua verdade para as pessoas e querer que o Brasil faça o que ela pensa. Isso é ridículo”.
Para Jessica Delgado, a campanha tenta impor algo que a ministra aprendeu em sua vida. “Algo que viveu no século passado, hoje não é mais aquele machismo que ela sofreu. O Carnaval é uma forma de liberar o que tem dentro de você”.
Liliane de Souza mais conhecida como MC Lili Black enxerga a proposta da ministra com maus olhos. “É uma palhaçada, fala um monte de coisas e não sei como as pessoas compartilham a ideia dela”.
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![Da direita para esquerda; Plínio Luiz Domingues ao lado de Jéssica Delgado, Liliane de Souza e mais uma amiga (Foto: Alana Portela)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/14/2r7bt18zwbi8c.jpg)
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