No escurinho do estacionamento, casais curtem drive-in pela 1ª vez
Se depender dos casais da 1ª sessão drive-in do shopping, esse modelo de cinema pode triunfar, mas é preciso pensar no coletivo
O cinema drive-in, que fazia sucesso em gerações passadas, mostrou na noite de ontem que é uma boa alternativa ao dia a dia daqueles que querem continuar assistindo filmes fora de casa, mas ainda não podem curtir uma sala de exibição tradicional por causa da pandemia.
Sem previsão para os três cinemas de Campo Grande abrirem as portas, a iniciativa de inserir o drive-in na programação ganhou um movimento impressionante no Shopping Bosque dos Ipês. Embora muitos tenham falado do preço do ingresso (R$ 60,00 por pessoa no valor inteiro), as 64 vagas disponíveis para carros foram ocupadas.
O modelo drive-in tem muitas limitações. Além do ingresso, basta notar que, para ter acesso, é preciso ter um carro. Mas, enquanto a programação do cinema segue incerta, para muita gente essa preocupação foi deixada de lado e fez vários casais abrirem a carteira sem dó.
“Sentimos muita falta do cinema por causa da pandemia. A gente veio para matar a saudade de ver um filme fora e também pela experiência”, afirma Gutemberg Lopes, de 38 anos, ao lado da esposa Rosely Almeida, 34.
Se depender do casal, Kauê Duarte e Giovanna Minervivi, ambos de 20 anos, o cinema nesse modelo vai triunfar pela cidade. “Eu sempre tive curiosidade, isso é muito coisa de filme norte-americano. E vir ao cinema é algo que estava sentindo muita falta. Nós nunca perdemos um lançamento”, conta Kauê.
Teve gente que para voltar ao passado de verdade, foi assistir filme com carro antigo e virou a sensação entre os veículos. Foi o caso de Dário Arantes, de 20 anos, que apareceu com o Corcel de 1971 comprado pelo pai. “Somos apaixonados por carros antigos e quando eu soube do cinema, fiz questão de vir com ele, pra dar mais emoção”.
Quem teve o privilégio de assistir o cinema drive-in antigo na Universidade Federal de Mato Grosso voltou ao passado, mas com algumas diferenças. “A qualidade da imagem e do som são incomparáveis”, comentou Andréa Lacet, de 51 anos, que estava na companhia do marido em seu carro, e dos filhos, em carros separados.
Em todo o caminho do estacionamento, do telão até os fundos onde estavam os últimos carros, a única aproximação durante o filme foi com os funcionários que entregavam pipoca, bebida e algodão doce, por exemplo, direto na janela do carro – com equipamentos de proteção como máscara e luvas. Para facilitar o consumo, um aplicativo foi disponibilizado para os clientes terem acesso ao cardápio da praça de alimentação, que também era entregue no carro.
A organização conferiu também a temperatura das pessoas que estavam no carro e forneceu álcool gel para higienizar as mãos logo na entrada.
Ainda que tenha sido anunciado a permissão de até quatro pessoas por veículo, o que vimos foram apenas casais ou carros com até dois amigos. Ninguém quis, por exemplo, que alguém ficasse fazendo contorcionismo para enxergar no banco de trás.
É claro que nem tudo são flores, há o inconveniente que deixa o som muito alto e não está nem aí naquela cena do tiroteio. E fechar o carro, às vezes sufoca, e ninguém também quer ficar limpando o vidro embaçado durante a sessão. Por isso, a dica é se atentar aos decibéis para não atrapalhar o coleguinha ao lado e esquecer o farol, para não atrapalhar a escuridão total.
Vale lembrar também que os filmes exibidos no complexo são todos dublados, já que no drive-in as letras da legenda podem ficar longe demais para quem fica por último no estacionamento ou tem a vista comprometida.
E a programação continua:
18/06: La La Land – 17h30 e 21h10
19/06: Até Que a Morte Nos Separe 3 – 17h30 e 21h10
20/06: Rock Dog: No Faro do Sucesso – 17h30
A Maldição da Casa Winchester – 21h10
21/06: Rock Dog: No Faro do Sucesso – 17h30
A Maldição da Casa Winchester – 21h10
Ingressos - Os ingressos podem ser adquiridos pelo site www.hojeeumereco.com. A partir da compra, o cliente receberá um QRCode que deverá ser apresentado para acesso a sessão.
