O reggae feminista deslanchou na voz de Marina Peralta e só deu ela em 2017
A cantora lotou shows em Campo Grande e no interior
Em 2014, sem muitas pretensões, a campo-grandense Marina Peralta lançou um vídeo amador de sua música “Agradece”. O que era para ser apenas música para agradecer mais um aniversário, acabou revelando o talento da cantora para todo Brasil.Após milhares de compartilhamentos, Marina iniciou, em 2015, um financiamento coletivo para gravar o primeiro CD da sua carreira. Na época ela não poderia prever o que estava por vir.
Em 2016 o álbum foi lançado, em junho, com 12 faixas. E um ano após o “Agradece”, a carreira da cantora deslanchou. Hoje ela é conhecida pelo Brasil como a “rainha do reggae brasileiro”.
Definitivamente não tem como negar que 2017 só deu ela. Mas Marina acredita que esses doze meses representaram muito mais. Na vida profissional e pessoal, foram dias de muito amadurecimento. “2017 foi um ano de estudo e amadurecimento, reestruturação de projetos e da própria banda. Um ano em que circulamos por outras cidades apresentamos o disco lançado em 2016”, relata.
Um passo marcante foi o lançamento do clipe de “Ela Encanta”, em setembro, música composta quando Marina descobriu o feminismo, logo após ser salva pela ideologia. Os versos “Essa mina do seu lado é mais que bunda e peito// Fugir desse assunto, meu mano, é uma vergonha// Ou cê tá achando que nasceu de uma cegonha?// Lugar de mulher é onde ela quiser!” ecoaram em todos os bairros de Campo Grande, da quebrada à high society.
Importante lembrar da vibe emanda por Marina e sua banda no 18º Festival de Inverno de Bonito e do show realizado no Sesc Morada dos Baís, em julho, que não comportou tantos fãs, deixando uma multidão fora do espaço só para ouvir o seu som.
Sobre o sucesso, ela confirma que já tinha noção do que estava atingindo. “Depois do lançamento do meu CD em 2016 eu tive noção do quanto de gente estávamos atingindo. O show da Morada foi muito lindo pra nós, principalmente pela diversidade, que é marcante no nosso público e tão importante pra mim nessa trajetória”.
Ela completa: “Atingir pessoas diversas. E poder fazer gente que nem ouve reggae entender que essa música não veio pra falar apenas de coisas boas...mas é música de lua, de denúncia, de esperança”.
Depois de tanto plantar e semear o reggae com sua música autoral e composições próprias, 2018 reserva mais frutos em sua carreira. “Acredito que seja ano de colher muito do que a gente plantou em 2017. Trabalhamos bastante e é hora de colocar em prática muitas coisas, inclusive novas músicas que já estão sendo trabalhadas. Além disso, 2018 é ano de eleição então deve ser agitado. A gente quer contribuir com as consciências por meio da nossa música militante”, finaliza.