Primeira formatura após pandemia une até universidades rivais
Turmas de cursos de engenharia da UCDB e UFMS se juntaram para realizar uma festa única no último domingo
Em festa de atléticas, UCDB e UFMS "não se bicam". Mas a pandemia parece ter mudado até a rivalidade. Sábado (06) foi o dia da primeira grande festa de formatura do ano, após o avanço da vacina e as flexibilizações. E foi a turma de 2021 de vários cursos de Engenharia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), que se juntaram no Gran Murano Buffet para realizar a tão aguardada festança, que já tinha sido adiada duas vezes. E para os formandos, o momento era de uma única coisa: celebrar.
Essa festa foi um dos eventos que foram confirmados em cima da hora, após o anúncio da flexibilização na capacidade de pessoas e marcou a retomada de festas de formatura em Campo Grande.
“A gente pensava que iam ser cinco anos de preparo para a formatura, mas acabou que foram seis”, comentou Lais Ribeiro, de 22 anos, que fez parte da comissão de formatura. “A gente não imaginava que ia acontecer agora. Foi em setembro que realmente percebemos que ia dar pra ter formatura e então confirmamos tudo praticamente um mês antes”, detalhou.
A pandemia não deixou de afetar a turma e, entre os formandos, há quem perdeu alguém da família durante a pandemia. Mas na noite de sábado, na festa, a turma decidiu não fazer menção a perdas, ainda mais depois do período em que o momento de celebrar parecia incerto. “Hoje é dia de festa, de comemorar”, ressaltou Laís, mas não conteve a emoção. Com a voz embargada, expressou: “Pensar que todo o trabalho que a gente teve nesses últimos dois anos valeram a pena é uma sensação incrível”.
E animação e empolgação não faltou. Na entrada, vários acadêmicos abusaram da criatividade. Renato Licetti, de 23 anos, veio com a mãe, irmão e amigos e vestido com um blazer dourado e cintilante, trouxe uma das famosas dancinhas do TikTok para a festa.
“Essa noite está sendo maravilhosa, uma sensação única, ainda mais agora depois da pandemia, a gente poder estar reunido com o pessoal depois de tanto tempo. Na faculdade, a gente parou repentinamente e agora, a gente está se encontrando para finalizar esse ciclo. E eu trouxe o TikTok pra dar uma descontraída no pessoal”, detalhou.
Karina Minussi Gonçalves, 23 de anos, comentou que no ano passado, até chegou a achar que não ia dar tempo de fazer a festa se não fosse naquela data inicial. Como primeira engenheira formada na família, a ansiedade entre os parentes também era grande e Karina conta que mais de 40 familiares marcaram presença na festa.
“Mas realmente, se a gente não tivesse adiado, não teria tido como acontecer e talvez, a gente nem teria conseguido essa data hoje. Eu estou muito feliz de poder realizar a festa hoje, porque se passa muito o tempo, fica chato também, perde a emoção do ‘vamos formar’”, disse.
A ansiedade foi o sentimento que mais perseguiu todos, tanto os formandos quanto os organizadores de evento durante esse período, de acordo com a proprietária da Ticomia Formaturas, empresa que organizou toda a formatura.
“Eles estavam vivendo um momento que era de dúvida. Quando vai ser a festa? Vai ter ou não? Tivemos muito formandos querendo desistir, era uma expectativa imensa, uma ansiedade absurda. Mas quando foi liberado, em menos de 2 meses, confirmamos as datas”, explicou.
Juntando formaturas pendentes acumuladas desde 2019, Elaine relata que até setembro de 2022, há 35 festas confirmadas, praticamente uma toda semana. A exigência da empresa é que todos os convidados apresentem a comprovação da vacinação contra covid-19 ou um teste recente de covid negativo.
“Hoje, a gente percebe que as pessoas estão mais tranquilas. Há um tempo, mesmo com restrições, um evento desses com certeza não aconteceria, porque muitas pessoas não se sentiriam seguras”, acrescenta.
Quanto às perdas, ela também lamenta os relatos tristes que alguns acadêmicos passaram. “Cada turma lida de um jeito. Temos muitas histórias de algumas pessoas que desistiram, justamente por causa do luto. Mas também, tem aqueles que querem celebrar, justamente, porque comentam que a pessoa que perderam ia querer os ver ali, comemorando”, detalha.
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