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Diversão

Siga o exemplo dos "velhos de guerra", se fantasie e vá para rua nesse Carnaval

Adriano Fernandes | 30/01/2016 07:52
Jefferson, Silvana e Baldinir são amigos desde o início do Bloco Valu. A fantasia sempre foi obrigatória. (Foto: Arquivo Pessoal)
Jefferson, Silvana e Baldinir são amigos desde o início do Bloco Valu. A fantasia sempre foi obrigatória. (Foto: Arquivo Pessoal)

Nos últimos anos o Carnaval de Campo Grande tem se tornando cada vez mais popular, graças aos blocos que estão resgatando a essência da verdadeira festa de rua. Das fantasias modestas até as mais elaboradas, o fato é que o campo-grandense tem aprendido a perder a vergonha e ir para rua fantasiado, extravasando a irreverência.

O que para uns é novidade, para quem sempre cultuou a folia, se vestir de personagem é tradição. De Dom Quixote a onça pintada e agendamento com antecedência nas costureiras, alguns "velhos de guerra" da festança abusam da criatividade na hora de escolher a forma mais hilária de comemorar.

O servidor publico Baldinir Bezerra da Silva, de 56 anos, por exemplo, conta que desde criança pensar numa fantasia era costume nesse período. Folião desde antes dos tempos de criação do Cordão Valu, ele se recorda de uma época em que o Carnaval em Campo Grande se reservava aos clubes.

“Eu sou de uma cultura carnavalesca, têm pessoas que nunca foram ou não gostam e eu fui criado sempre gostando dessa manifestação. Há muitos anos já comemorei na Bahia, em Recife, Olinda e até Rio de Janeiro onde são lugares em que é comum se fantasiar, mas não era aqui. Me lembro de alguns clubes como o Estoril, que promoviam a festa”, comenta.

Dom Quixote foi uma das fantasias que mais fizeram sucesso.(Foto: Arquivo Pessoal)
Dom Quixote foi uma das fantasias que mais fizeram sucesso.(Foto: Arquivo Pessoal)
Baldinir desde sempre foi adepto das fantasias.(Foto: Arquivo Pessoal)
Baldinir desde sempre foi adepto das fantasias.(Foto: Arquivo Pessoal)

Ele explica que o Cordão Valu, pioneiro na cidade em comemorações de rua, foi o responsável por desencadear esse processo. “Nós quem iniciamos esse movimento de resgatar esse espaço e ir pra rua, cada um com sua fantasia. Isso tem desencadeado um movimento muito maior do que o esperado e se consolidando a cada ano em Campo Grande. As pessoas daqui vêm se dando conta do seu direito de ir para a rua brincar, se divertir, ser feliz e manter a tradição. Evoé!”, comemora.

Baldinir se recorda que no primeiro ano de Cordão ele foi fantasiado de palhaço, mas já foi Gandhi, São Francisco, Zorro e até Dom Quixote, que é a sua fantasia mais querida.

Outro apaixonado pelo Cordão Valu, desde os tempos em que ele ainda era só um bloco de amigos, a inspiração do pizzaiolo e comerciante Wellington Ribas sempre foram os personagens infantis.

Acompanhado da esposa, ele já foi abelhão, César, mas o que mais fez sucesso com a garotada foi o quando se fantasiou de Obelix. O casal também incorporou Marco Antônio e Cleópatra, flor e jardineiro e esse ano Wellington pretende repetir a fantasia de Obelix, mas com a mulher vestida de Falbala.

Wellington fantasiado de César. (Foto: Arquivo Pessoal)
Wellington fantasiado de César. (Foto: Arquivo Pessoal)
E de Obelix. (Foto: Arquivo Pessoal)
E de Obelix. (Foto: Arquivo Pessoal)
De abelhão ao lado da esposa. (Foto: Arquivo Pessoal)
De abelhão ao lado da esposa. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eu não imaginava que ia fazer tanto sucesso como fez no ano que fui de Obelix. As crianças pegavam na barriga, pediam para tirar foto. Esse ano vou com a mesma fantasia e a minha esposa vai de minha paixão platônica”, ele brinca em relação aos personagens dos quadrinhos.

Os últimos ajustes ele mandou fazer esta semana, na roupa que segundo ele, gastou R$ 200,00 para mandar produzir no ano em que usou. Mas ele não poupa esforços para impressionar em meio ao povão. “Eu acho obrigatório no Carnaval de rua, eu vou improvisando, faço ajustes, monto toda uma produção porque isso também valoriza mais o bloco”, comenta.

Outra figura que chegou a batizar a fantasia que criou é o ator e diretor Isac Zampieri. Igrejinha de coração desde 1982, ele defende a democratização do Carnaval entre os blocos. Circula de “Zazátirica”, o personagem de oncinha que ele criou, pelo Valu, Evoé Baco, Capivara Blasé e onde mais der na telha.

Zazátirica é a simpática personagem de Isac. (Foto: Arquivo Pessoal)
Zazátirica é a simpática personagem de Isac. (Foto: Arquivo Pessoal)
Índia foi outra criação hilária do ator. . (Foto: Arquivo Pessoal)
Índia foi outra criação hilária do ator. . (Foto: Arquivo Pessoal)

“É uma caricatura de uma mulher vestida de oncinha. Como meu apelido é Zazá o Zazátirica também pegou. Mas eu já me fantasiei de nega maluca, um asteca até índia, que era uma sátira em relação a Iracema. Sempre crio uma paródia do nome do personagem e a fantasia”, ele brinca. Até a próxima quarta-feira a costureira termina os ajustes da Zazátirica.

Isac conta que é dos tempos em que ainda existia em Campo Grande o Bloco da Usina, formado pelos integrantes da extinta Usina Cultural Conceição Ferreira. Para ele, mais do que uma manifestação cultural, o Carnaval é sinônimo de libertação.

“O Carnaval é uma folia, a folia é um sinônimo de brincadeira e para brincar o Carnaval as pessoas têm que criar uma fantasia. Vai de você criar um personagem que não existe, que talvez não tem muito a ver com você, mas que você acha engraçado e que tenha afinidade. Carnaval é um dia de fantasias em que o que vale é você sonhar de ser outro personagem, que não você mesmo”, conclui.

E você! Está esperando o que, para escolher sua fantasia desse Carnaval?

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