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Alunas fazem teste e aprovam bioabsorventes produzidos em presídio

Projeto Ciclos - Dignidade Menstrual é uma parceria com o sistema prisional de MS e a Justiça

Ângela Kempfer | 17/08/2023 16:21
Presa costura um dos bioabsorventes em unidade penal feminina. (Foto: Divulgação)
Presa costura um dos bioabsorventes em unidade penal feminina. (Foto: Divulgação)

O "Projeto Ciclos - Dignidade Menstrual", realizado no presídio feminino, já passou pelo crivo das primeiras meninas a usar bioabsorventes confeccionados pelo programa. As alunas da Escola Estadual Aracy Eudociak participaram voluntariamente na fase de testes e aprovaram o resultado.

Foram avaliados fatores como tamanho, material, conforto e segurança. "Cerca de 30 estudantes e a direção da escola estiveram envolvidos. Com base no feedback, fizemos ajustes necessários para melhor adaptação às mulheres", explica Giseli Maria Bacanelli, diretora da escola.

O projeto é realizado em parceira do Governo do Estado com o Poder Judiciário, executado pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande. A essência é a produção artesanal de bioabsorventes, confeccionados por presas, usando tecidos 100% algodão, antibacterianos e impermeáveis.

De acordo com Cleide Santos do Nascimento Freitas, diretora da penitenciária onde o projeto se realiza, a profissionalização vai muito além da simples costura; o propósito é oferecer aprendizado em empreendedorismo, falar de marketing digital, vendas, gestão de clientes, estratégias de negócios, precificação e geração de renda.

"Contamos com uma rede de indivíduos, tanto dentro quanto fora do sistema prisional, dedicados a fazer com que isso funcione", destaca Cleide.

Atualmente, conforme Giseli, muitas alunas abandonaram os absorventes convencionais descartáveis. "Isso une aspectos sociais, econômicos e ambientais, já que se trata de uma produção sustentável que reduz o descarte de plástico no meio ambiente", elogia Giseli. A escola recebeu recentemente mais 200 unidades de bioabsorventes para fornecer às estudantes.

Carolina Rodrigues, uma das estudantes responsáveis por testar os bioabsorventes, acredita que está contribuindo para o futuro do planeta. "É inovador por abordar tópicos tão importantes. Fiquei feliz em poder participar e contribuir com esse trabalho e com o futuro do planeta", disse a aluna, também presidente do Grêmio Estudantil da Escola Estadual Aracy Eudociak.

No momento, apenas uma presa está envolvida na produção dos bioabsorventes, em espaço do Patronato Penitenciário de Campo Grande. Mas curso deve ampliar a participação. O Senac está programado para setembro, ministrado pela artesã Isabel Doering Muxfeldt.

Como são reaproveitáveis, eles não podem ser usadas pelas detentas, por falta de condições adequadas para higienização. Mas já existe estudo para fabricação de absorventes descartáveis e fraldas que atendam aos presídios femininos do Estado.

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