Ela tinha dificuldade de ir à academia para emagrecer, mas virou fisiculturista
As fotos do antes e depois mostram duas Ana Paula. A primeira, há dois anos, era de uma jornalista que entre idas e vindas, tentava ir à academia pelo menos duas vezes na semana, mas registrava mais faltas do que presença. A segunda é uma Ana Paula que para emagrecer, resolveu adotar uma dieta regular e trazer o exercício pesado para a rotina, de vez e passou dos 68 quilos para os 57 quilos.
Frequentar a academia de corpo são 10 anos. "De alma" são os últimos dois. O peso regular da jornalista sempre foi na casa dos 58 quilos, mas quando se viu próximo dos 70, se impôs limites. "Não, eu preciso emagrecer, quero voltar ao corpo que eu tinha antes", recorda Ana Paula Leite, de 32 anos.
Gostar ela sempre gostou do "fisiculturismo", mas foi na volta ao treino que começou a se informar mais. Junto com a base teórica, entrou de cabeça na dieta, no treino e nos exercícios aeróbicos e quando viu surgir efeito, se encontrou. "Eu vi que estava dando resultado. Uma coisa de 10 anos, em seis meses deu um resultado absurdo", comemora.
O fisiculturismo é um sistema de exercícios para fortalecer e aumentar os músculos do corpo, onde os atletas fazem esforços físicos de grande intensidade, posam, fazem flexões e outros esforços no momento da competição. Os pré-requisitos para a participação em uma competição são: volume dos músculos, proporção entre eles e a definição muscular e na hora de competir, o que é levado em conta são: tamanho dos músculos, força, proporção, definição e estética.
Na modalidade, Ana Paula é iniciante, mas em 1 ano já participou de duas competições e se prepara para a terceira, que será no próximo dia 8 de novembro. "Em maio fiquei em quarto lugar, em junho participei do estadual em Três Lagoas e fui vice-campeã na categoria body fitness", conta. Agora a disputa será na categoria "Wellnes". "É estilo de mulher com baixo percentual de gordura, com foco nas pernas e no glúteo", explica Ana Paula.
Ser fisiculturista nunca foi objetivo de vida de Ana, mas trouxe a ela satisfação pessoal ao se olhar no espelho. "Quando comecei a treinar e fazer dieta, vi que conseguia ir mais além daquilo que eu imaginava. Não é questão de aparecer, se mostrar, mas é uma satisfação", afirma.
Os hábitos mudaram no decorrer do tempo. Como a maioria das pessoas, a jornalista não comia bem e nem se preocupava em tomar água, muito menos se alimentar a cada três horas. "Comecei a comer bem, fazer uma dieta regrada, que é muito importanto para o nosso organismo. Isso me trouxe vários benefícios. Não só esteticamente, mas de comportamento", pontua.
O dia-a-dia é puxado e os treinos acontecem até nos domingos e feriados. Ana Paula começa o dia 5h40 da manhã e come 10 claras de ovos na primeira refeição do dia. "Tomo um café preto também. É uma coisa que não consegui largar, mas cafeína até que é bom", argumenta. Quando não tem nenhuma competição à vista, o cardápio é de tapioca com queijo cottage.
Como trabalha o dia todo, ela prepara todas as refeições e leva tudo de casa. Às 10h30 chega a hora de comer frango com batata doce. Na parte da tarde, 13h30, mais 10 claras de ovos acompanhadas de brócolis. Legume que se repete às 16h30 junto com frango.
Quando encerra o expediente, é hora de partir para a academia. Em 1h30 de treino, Ana Paula faz musculação e também exercício aeróbico. Depois volta a comer mais 10 claras de ovos com brócolis e por fim, no jantar, frango e clara de ovos.
"No normal eu como arroz integral, mandioca e pão integral. Mas quando tem competição perto, restrinjo bastante o carboidrato", observa.
Assim como começou, Ana Paula também não pretende ser fisiculturista para sempre. Por enquanto, o que a mantém no esporte é a superação diária dos próprios limites. Os treinos não são tão exigentes quanto ao peso e sim mais concentrados em várias repetições com enfoque maior no glúteo e nas pernas. O resultado é gritante nestes dois anos e quem a vê, sempre lhe atribuiu a profissão de educadora física. "Me perguntam se sou professora de Educação Física, respondo que sou jornalista e logo já me perguntam: 'ah, então você compete?' Hoje as pessoas estão bastante preocupadas com a questão de saúde", sustenta.
Os amigos e a família a apoiam, embora achem a dieta muito restritiva. Até baladas foram extintas para que Ana não caia em tentação. "Mas os meus amigos curtem bastante, eles incentivam, olha, você já está definindo mais e eu fico muito feliz quando eles percebem isso", resume.
Ao se olhar no "antes e depois", nem ela acredita que seja a mesma pessoa. "Foi uma grata surpresa, vi que meus esforços valeram a pena e eu passei a admirar ainda mais os atletas. Respeito e admiro".