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Faz Bem!

Falar sobre luto pode aliviar a dor que não tem prazo de validade

Psicóloga fará palestra gratuita para falar sobre luto e o que mudou no pós-pandemia

Por Cassia Modena | 31/10/2023 08:11
Despedidas e homenagens são rituais que ajudam a enfrentar o luto (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Despedidas e homenagens são rituais que ajudam a enfrentar o luto (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

Uns mais tempo, outros menos. Não existe período pré-determinado para início e fim dos sintomas emocionais e também físicos do luto. O dia de Finados (2) se aproxima e, com isso, tem gente sentindo mais intensamente a dor da perda de alguém querido. Para responder dúvidas e ajudar a identificar sinais que sugerem a busca por tratamento terapêutico, a psicóloga Raíssa Ramos Pedroli vai falar do assunto numa palestra gratuita.

Será na mesma data, às 9h, no cemitério Memorial Park. Especialista em luto, a profissional recebeu o convite por também ter experiência no atendimento a pacientes na Clínica do Luto, em Campo Grande.

Raíssa Ramos trabalha com foco em luto há 7 anos (Foto: acervo pessoal)
Raíssa Ramos trabalha com foco em luto há 7 anos (Foto: acervo pessoal)

Ela já havia falado sobre o assunto há cinco anos, no mesmo local. Agora, afirma que precisará destacar mudanças que a pandemia e o comportamento das pessoas implicaram no processo de luto vivido por cada um.

Processo mudou - Ao Lado B, Raíssa primeiro reforçou que nada mudou quanto à duração do luto. "Não tem prazo de validade. Se a pessoa vive isso há cinco anos, não está errado", disse.

Ela considera haver mudanças no pós-pandemia de covid-19, quanto ao grau de intensidade da vivência do processo. O impedimento de haver uma despedida, em muitos casos, agravou as consequências e prolongou o tempo em que é sentido.

"Seja por questões geográficas ou físicas, por exemplo, muitas pessoas não fizeram esse ritual da despedida. Isso é um fator agravante", aponta a psicóloga. Prejuízos à socialização e às atividades produtivas da pessoa, além do desenvolvimento de doenças como a depressão, podem levar à necessidade de tratamento psicológico.

Outra coisa que Raíssa destaca é o reconhecimento cada vez maior por parte das pessoas que o luto não está estritamente relacionado à morte de alguém. Esse processo também é vivido após términos de relacionamentos amorosos, a demissão de um emprego ou à perda de um animal de estimação, por exemplo.

"O luto é uma resposta normal e esperada para uma perda afetiva significativa", resume a psicóloga. Tratamentos associados à terapia podem acelerar a recuperação. "Tudo consiste na reorganização daquela nova vida, que a pessoa precisa reorganizar e reconstruir sem a pessoa ou objeto amado", continua.

Felizmente, a profissional percebe aumento da busca por ajuda. "O comportamento da pessoas está mudando e elas estão mais propensas a isso", finaliza.

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