Musicoterapia que faz sorrir e cantar tem mudado a vida de crianças
Projeto de Dourados transforma vida de crianças com deficiência através da terapia com música
O reconhecimento do poder terapêutico da arte, música e melodia na vida, fez nascer o projeto Pingo da Melodia, que atua com musicoterapia e musicalização a crianças com deficiência e outros diagnósticos. O projeto lúdico, colorido e transformador é de Dourados e está completando exatamente um ano de existência.
Mas o desejo de intervir de maneira terapêutica com a arte, mais propriamente com a linguagem musical, era antigo para os idealizadores Jaqueline Bonilha Waterkemper, graduada em Psicologia e musicoterapia, e Mailon Martins Salina, arte educador e musicoterapeuta.
“Em meio à pandemia, começamos a estruturar a proposta. Naquele momento, era apenas uma vontade, não imaginávamos que alguns meses depois implementaríamos o projeto. Na época, trabalhávamos em uma associação de crianças com autismo e havia um desejo de ampliar os atendimentos para crianças com outras comorbidades. Recebemos o convite de uma das clínicas que atendemos hoje e foi então, que tudo começou”, explica Mailon.
No início, era apenas uma criança e hoje, são cerca de sessenta. “Além disso, atendemos uma residência terapêutica para idosos. Nossa equipe cresceu e, nesse momento, somos quatro profissionais.”
O trabalho já resultou em diversas manifestações significativas, tanto para os profissionais, como para as famílias das crianças. “Um caso específico nos marcou muito, atendemos há cerca de um ano uma criança de 3 anos de idade, que possuía um repertório verbal limitado, emitia poucas palavras, e através do canto, estimulada pelas cantigas, seu repertório foi aumentando de forma gradativa, hoje, nas sessões de musicoterapia, ela já canta frases de trechos musicais completos. É uma enorme realização hoje ver que essa mesma criança desenvolveu um repertório amplo e hoje, nos acompanha, tanto verbalizando as letras das canções como tocando os instrumentos.”
Os dois ressaltam que o desenvolvimento de cada criança, deve-se ao trabalho integrado da equipe de terapeutas, que trabalha de forma conjunta, atuando diretamente nas demandas de cada paciente de maneira específica, potencializando ganhos e resultados.
“Outro caso que nos emociona muito é de um paciente de 6 anos de idade que nos acompanha desde o início do projeto, ele possui paralisia cerebral e mesmo com limitações físicas e neurológicas, hoje, após a utilização de técnicas de musicoterapia, consegue segurar e manusear instrumentos, acompanhando diversas músicas durante as sessões. A cada pequeno avanço, uma grande conquista, aquilo que julgávamos ser algo tão simples em nosso dia a dia, percebemos ser motivo de luta diária para muitas famílias. Sermos reconhecidos como agentes colaboradores nesse processo, torna esse trabalho ainda mais recompensador.”
Para Jaqueline e Mailon, é uma realização diária ser testemunha ocular do desenvolvimento de cada criança. “A cada relato das famílias, uma emoção que transcende a esfera das palavras, nosso mais profundo sentimento é ampliar esse projeto, para poder levar para mais crianças os benefícios da música e da arte. Agradecemos a Deus, às nossas famílias, aos profissionais de equipe terapêutica integrada das clínicas que atendemos, aos nossos amigos e a todas as famílias que acreditaram no poder transformador da música.”
Jaqueline destaca que a música, além de estimular o desenvolvimento intelectual e físico, é uma linguagem universal. Por meio dessa linguagem, as crianças se expressam, desenvolvem e estabelecem vínculos. A riqueza de estímulos facilita o encaminhamento para ganhos terapêuticos. “Diferente de outras terapias, na música, a criança acaba se envolvendo de forma lúdica e intuitiva e é justamente nesse momento que atuamos, sempre conduzindo para que as demandas terapêuticas sejam alcançadas. Exemplo: crianças com paralisia cerebral, trabalhamos os estímulos motores; com comprometimento na fala, estimulamos a verbalização; com déficit de aprendizado, a atenção e concentração.”
O plano terapêutico é feito sempre depois de receber o diagnóstico médico. “Seguimos uma escala de avaliação internacional. Dessa forma, estruturamos as sessões e iniciamos a intervenção musico-terapêutica.”
Quem quiser conhecer mais sobre o projeto pode seguir no Instagram (clique aqui).
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