Qual é o ‘segredo’ para não se desesperar e fechar o ano bem?

O Natal e o Ano Novo podem ser celebrações felizes para alguns, mas, para outros, acabam trazendo consigo uma forte carga emocional. Em meio às lembranças e simbolismos, há ainda o peso de pensar sobre fechamentos e inícios de novos ciclos. Com tantos sentimentos envolvidos, existe um “segredo” para lidar com a ansiedade, encerrar 2024 e começar o próximo ano bem?

Psicanalista, Jamile Tannous já adianta que é necessário pensar em caminhos possíveis para cada pessoa. Inclusive porque a pressão coletiva que indica trajetos “certos” integra os desafios do momento.

Começando pela carga emocional, a psicóloga descreve que a pressão por comemorações e metas não alcançadas pode ampliar sentimentos de solidão, ansiedade e tristeza. “Esse mês (dezembro) funciona como um ‘amplificador emocional’ potencializando tanto os momentos de alegria quanto os de sofrimento”, introduz, contextualizando.

Isso, inclusive, porque a pressão para “ser melhor” ou “fazer mais”, como Jamile descreve, é bastante presente. Pensando nessa situação, uma sugestão para diminuir a carga é entender que nem todas as mudanças precisam ser radicais e imediatas.

A partir dessa dica, é possível pensar em outras estratégias sugeridas por Jamile. Como o Natal é o primeiro a ser “enfrentado”, a sugestão para quem tem dificuldade com essa data, assim como com o Ano Novo, é entender e reconhecer seus limites emocionais.

Não se sinta obrigado a seguir um roteiro social se isso não lhe faz bem. Crie novas tradições que reflitam o que você valoriza, mesmo que sejam simples”, pontua a psicanalista.

Outra sugestão é evitar os isolamentos totais como forma de lidar com as datas. Seja pessoalmente ou virtualmente, conversar com alguém de confiança pode ajudar e incluir um conforto tão necessário.

E, claro, procurar ajuda profissional é sempre o mais indicado para os momentos intensos e desafiadores, já que saúde mental não é brincadeira.

Quando a ansiedade bater sobre as metas, a orientação é pensar em coisas possíveis e que estejam alinhadas com você. “Não deve estar alinhado com padrões impostos por outras pessoas ou pela sociedade. Um bom começo para o ano novo pode ser simplesmente reconhecer o que já foi alcançado, celebrar pequenas conquistas e se comprometer a avançar no seu próprio ritmo”.

Toda essa preocupação também serve para pensar nas redes de apoio. Segundo Jamile, quem está passando por momentos difíceis pode ter dificuldade em verbalizar, então pequenos gestos já podem ajudar.

Por outro lado, quem está prestando esse cuidado também precisa se atentar consigo mesmo. “Quem oferece apoio também precisa cuidar de si. Dedicar-se ao outro sem equilibrar as próprias necessidades pode gerar exaustão emocional e até um sentimento de vazio ao perceber que deixou de viver momentos significativos”.

Preparados para atuar como mais uma forma de auxiliar nesse processo por vezes tão difícil, os profissionais da psicologia atendem em diversas frentes.

“O psicólogo é um aliado essencial no planejamento de mudanças a longo prazo, oferecendo um espaço seguro para refletir sobre desejos, metas e os obstáculos emocionais que podem surgir. A psicanálise, em particular, não trabalha com fórmulas prontas ou técnicas universais; cada tratamento é único, feito sob medida, como um trabalho de alfaiataria”.

Jamile cita também que essa abordagem individualizada tem se tornado cada vez mais rara, uma vez que a sociedade está tomada por produções em massa. “Contar com um profissional que não só ouve, mas auxilia no caminho das mudanças que você deseja, é um diferencial poderoso para promover transformações verdadeiras e sustentáveis”.

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