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Vacinas contra o sarampo salvam pelo menos cinco vidas por segundo

Em nota, a OMS avalia que a cobertura vacinal inadequada impulsiona o aumento de casos

Por Gabriel de Matos | 17/11/2024 20:50
Três em cada dez crianças não estão com proteção vacinal em dia no Brasil, mostram dados (Foto: Divulgação/Prefeitura de Campo Grande)
Três em cada dez crianças não estão com proteção vacinal em dia no Brasil, mostram dados (Foto: Divulgação/Prefeitura de Campo Grande)

A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou dados alarmantes sobre o sarampo, destacando que o número de casos registrados globalmente em 2023 chegou a 10,3 milhões – um aumento de 20% em relação a 2022. Apesar de ser uma doença evitável, a cobertura vacinal inadequada em diversas regiões tem impulsionado surtos em todo o mundo. Desde o ano 2000, vacinas contra o sarampo já salvaram cerca de cinco vidas por segundo, mas a OMS alerta que lacunas na imunização ainda colocam milhões em risco.

A vacina tríplice viral, que previne o sarampo, é aplicada em duas doses e está disponível gratuitamente no Brasil. No entanto, dados globais indicam que, em 2023, mais de 22 milhões de crianças perderam a primeira dose. A OMS estima que 83% das crianças receberam a primeira dose no último ano, mas apenas 74% completaram o esquema vacinal com a segunda dose. Para evitar surtos e proteger a população, é necessária uma cobertura de pelo menos 95% em todos os países.

O sarampo continua sendo um dos vírus mais contagiosos do mundo, capaz de causar complicações graves, como cegueira, pneumonia e encefalite. Em 2023, cerca de 107,5 mil mortes foram atribuídas à doença, sendo a maioria crianças menores de cinco anos. Embora o número represente uma redução de 8% em relação ao ano anterior, a OMS ressalta que são mortes evitáveis.

Globalmente, 57 países enfrentaram surtos de sarampo em 2023, um aumento de quase 60% em relação aos 36 países que registraram surtos em 2022. As regiões mais afetadas foram África, Mediterrâneo Oriental, Europa, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental, com a África concentrando quase metade dos casos.

Enquanto isso, o Brasil celebra um marco importante. Cinco anos após perder o certificado de eliminação do sarampo, em 2019, o país recebeu nesta semana da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o status de nação livre da doença. O último caso de sarampo registrado no Brasil ocorreu em junho de 2022, no Amapá.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2018 e 2022, o Brasil registrou uma redução significativa no número de casos confirmados, passando de 21.704 em 2019 para apenas 41 em 2022. Em 2024, dois casos importados foram confirmados: um no Rio Grande do Sul, proveniente do Paquistão, e outro em Minas Gerais, vindo da Inglaterra.

A conquista do Brasil reflete os esforços de imunização e vigilância epidemiológica, mas o Ministério da Saúde reforça a importância de manter altas taxas de vacinação para evitar novos surtos. “A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação”, destacou a pasta.

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