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Games

Assassin’s Creed Unity chega com falhas. Por que temos tantos jogos “bugados"?

Edson Godoy | 20/11/2014 06:56
Assassin’s Creed: Unity, para Xbox One, Playstation 4 e PC’s.
Assassin’s Creed: Unity, para Xbox One, Playstation 4 e PC’s.

Uma das franquias de maior sucesso dos últimos anos teve seu novo capítulo lançado no último dia 11. Trata-se de Assassin’s Creed: Unity, para Xbox One, Playstation 4 e PC’s, criado pela softhouse Ubisoft. Porém, o que vem chamando a atenção para o jogo não são seus belos gráficos ou sua grande jogabilidade, mas sim a quantidade excessiva de “bugs”, defeitos no game, que fazem com que o jogo simplemente trave, ou ainda realize coisas malucas como ficar preso no cenário ou ainda cair através do chão!

Essa semana a Ubisoft lançou atualizações para o game, para tentar corrigir esses erros, com aparente sucesso. Porém, alguns erros reportados anteriormente permanecem, como a queda do “framerate” (quadros por segundo) e alguns outros problemas de desempenho. Por sorte hoje temos os consoles ligados à internet, o que possibilita o lançamento dessas atualizações para correção de falhas, bem como para a implementação de extras ao jogo. Mas será que nesse caso dos “bugs”, a internet é realmente uma sorte? Façamos uma rápida análise de todas as variáveis do problema.

Jogos bugados sempre fizeram parte da indústria de games. Porém, a impressão que se tem é que hoje os bugs são mais graves, como é o caso do Assassin’s Creed: Unity. E pior: os bugs não se limitam aos jogos, atingindo também os consoles, como a atualização recente do Playstation 4, que trouxe diversos problemas para seus usuários (alguns estão com o aparelho sem funcionar direito até hoje!!).

Durante o desenvolvimento de um game, são realizados extensos testes no mesmo, para evitar ao máximo que o jogo seja lançado com erros. Existem inclusive jogadores profissionais, contratados pelas softhouses, com o único objetivo de localizar falhas e erros nos jogos durante a sua fase de produção (emprego dos sonhos!!).

Isso existe desde os primórdios dos videogames. Porém antes, a possibilidade de corrigir um game já lançado não existia, o que obrigava as desenvolvedoras a possuir um processo ainda mais rigoroso durante os testes. Mesmo isso, não impedia que jogos fossem lançados com falhas, sendo que antes a única solução era a retirada do jogo das prateleiras. Pensa a trabalheira, a queimação de filme e o prejuízo que isso causava!!

Outro ponto a se considerar: antigamente os jogos eram mais simples, algumas vezes sendo totalmente programados por apenas uma pessoa. Porém, ao mesmo tempo em que a simplicidade era maior, também eram rudimentares os equipamentos disponíveis aos desenvolvedores.

Hoje os jogos são superproduções, dignas de Hollywood (muitas vezes maiores que os filmes), onde as empresas possuem uma megaestrutura de suporte para poder fazer o game acontecer. Portanto, isso não explicaria o maior índice de jogos problemáticos que temos hoje.

Quanto aos prazos para lançamento dos jogos, também não considero fator determinante para a ocorrência dos erros, pois a indústria dos games sempre foi bastante impiedosa quanto aos prazos de desenvolvimento dos jogos, com calendários apertados, sempre de olho em uma data ideal para que o jogo chegue ao mercado com chances maiores de sucesso.

Exemplo clássico é do jogo do filme E.T, lançado para o Atari 2600, que teve apenas 6 semanas para ser desenvolvido, para que o lançamento do jogo coincidisse com a temporada de Natal de 1982. Não vejo que o mercado esteja hoje mais competitivo do que era a 20 anos atrás.

A competição sempre foi feroz na indústria de jogos eletrônicos. A diferença hoje reside apenas no montante de dinheiro que os games “giram”, que é muito maior devido ao fantástico crescimento desse tipo de entretenimento.

A única explicação possível é a existência de um certo “relaxamento” das empresas, diante das facilidades que a conexão online dos consoles traz, pois por mais que um game “bugado” lançado cause um estrago para a imagem da empresa, o prejuízo financeiro decorrente dele é infinitamente menor do que um game mal programado no passado. Basta a realização de um esforço concentrado para lançar uma atualização para solucionar os problemas e pronto. O game passa a funcionar. É claro que se evita ao máximo esse tipo de situação, mas os prazos sempre curtos fazem com que as empresas prefiram lançar o game dentro do prazo, mesmo não estando ainda 100%, para garantir as vendas na data escolhida.

Aí depois faz um “agradinho” dando aos usuários um DLC grátis e pronto. A imagem está refeita novamente (risos). E você, caro leitor, o que acha dessa prática das softhouses atualmente? Ah, ainda tem outro problema referente à conexão dos consoles com a internet: a venda de jogos incompletos, para que o gamer compre o maior número possível de DLC’s (conteúdos extras para download). Mas isso é assunto para uma próxima matéria. Até semana que vem.

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