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Em 1997 chegava o primeiro portátil com tela touch e internet, o Game.com

Edson Godoy | 06/07/2017 12:00
Em 1997 chegava o primeiro portátil com tela touch e internet, o Game.com

Hoje trazemos mais um capítulo da nossa série História dos Videogames, falando sobre mais um console portátil que buscava destronar o Game Boy. O Game.com foi criado pela Tiger Electronics em 1997. Essa tradicional fabricante de brinquedos já fez muito sucesso na área de games nas décadas de 70 e 80, com os vários minigames que produzia, alguns deles foram inclusive nacionalizados e vendidos no Brasil pela Tectoy – quem lembra dos minigames de Street Fighter II, Double Dragon e várias outras franquias famosas?

Em 1995 a empresa já havia tentado criar um console portátil baseado em cartuchos: o R-Zone, que tentava seguir no hype do lançamento do Virtual Boy da Nintendo. Tratava-se de uma espécie de visor que era colocado em um dos olhos, preso à cabeça através de um elástico. O console trazia vários jogos de franquias famosas como Virtua Fighter e Star Wars. Receita de sucesso, certo? Talvez fosse, se o console tivesse realmente qualidade de console. Seus jogos funcionavam basicamente da mesma forma que os minigames, com imagens pré-definidas em um cenário único. O resultado não poderia ser outro: fracasso! Aliás, até mesmo o console que o R-Zone tentava seguir os passos, o Virtual Boy, também foi um retumbante fracasso – o maior da história da Nintendo. Se quer mais detalhes disso, veja a matéria que fizemos sobre o console rubro-negro da Big N.

Então em setembro de 1997 a Tiger lança nos Estados Unidos o Game.com (que apesar do ponto, se pronuncia apenas Gamecom), cheio de funcionalidades inéditas e com tecnologia bem mais avançada que o R-Zone. A começar pela tela touch-screen, muitos anos antes do Nintendo DS. A outra novidade era o acesso à internet, inédito até então em um portátil. Esse acesso dependia do uso de um modem e de um cartucho específico, ambos vendidos como um acessório do console, que transmitia em 14.4kbps, funcionando para acessar e-mails e sites – em que eram mostrados apenas textos.

A própria Tiger também oferecia o serviço de provedor de internet, mediante o pagamento de uma taxa mensal, mas era possível também utilizar outros provedores – dizem que quase nunca dava certo a configuração. Apesar do acesso à internet, não havia qualquer tipo de jogatina online, sendo, porém, possível fazer upload dos registros de pontuação feitos nos jogos, que iam para a base de dados da Tiger, onde era formado um ranking de jogadores que ficava disponível no site da empresa. Para esse upload era necessário outro acessório: o Web Link.

Ficha técnica:
CPU Sharp SM8521 8-Bit CPU.
Resolução de tela: 200 x 160, em preto e branco com 4 variações de cinza.
Audio 8-bit Mono

Além das inovações, o Game.com também era forte nas franquias que carregava em seus jogos: nomes como Resident Evil 2, Mortal Kombat Trilogy, Sonic Jam, Duke Nukem 3D e vários outros jogos licenciados e com nomes de peso foram lançados no console. Apesar disso, a grande maioria tinha qualidade duvidosa, pois apesar dos grandes nomes, nenhum deles era desenvolvido pelas empresas originais, mas sim pela própria Tiger, que apenas pagava pelo para usar as franquias.

Logo após o lançamento do console, a Nintendo lançou o Game Boy Color, praticamente afundando qualquer chance de sucesso do console da Tiger. Além disso, o Game.com passou batido do público gamer na época, principalmente pela má qualidade do marketing da empresa. A ideia era focar em um público mais adulto, tanto que o console tinha vários elementos de Palmtops, os precursores dos smartphones. Mas a campanha publicitária feita pela Tiger era de mal gosto e serviu apenas para queimar o aparelho. Abaixo você pode conferir um comercial do console que era veiculado na televisão em sua época.

O Game.com teve 3 modelos: o tradicional (maior, com slot para dois cartuchos e que necessitava de quatro pilhas AA, vendido a 69 dólares), o Pocket Pro (mais compacto e com iluminação de tela - não é backlight) e o Pocket (igual ao Pocket Pro, porém sem iluminação). Estes dois últimos foram lançados mais próximo do fim da vida do console, exigiam apenas duas pilhas AA e eram vendidos a 29 dólares.

Com o passar do tempo, a Tiger percebeu que o console não teria chance de sucesso e foi deixando de lado o suporte ao aparelho, cancelando diversos jogos anunciados – entre eles títulos fortes como Metal Gear Solid, Castlevania: Symphony of the Night e os jogos de esporte da EA, até que em 2000 foi anunciado o fim do console, que teve apenas 20 jogos lançados, além do game paciência que vinha na memória do aparelho, que vendeu menos de 300 mil unidades.

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