Game de campeonato virtual de Fórmula 1 definiu vencedores
O ano de 2020 pode ter sido bem sem graça na Fórmula 1, que começou suspendendo a etapa da Austrália em Albert Park por causa de casos de Covid-19, mas que termina com a Mercedes e Hamilton andando como se fosse outra categoria, enquanto outras empresas correm por segundo e terceiros lugares.
Pouco emocionante, e muita gente deixa de assistir e acompanhar o campeonato por causa disso. A razão é grana, a Mercedes tem mais, desenvolve melhor seu carro, e sobra no campeonato por causa disso. Equipes garagistas não conseguem desafiar a gigante alemã, e só o touro vermelho de vez em quando aparece no retrovisor.
Mas e se eu te falar de um campeonato de Fórmula 1 onde o melhor piloto foi o holandês Jarno Opmeer da Alfa Romeu Racing?
Pois é um fato, porque depois de quatro anos acontecendo sem chamar muita atenção, a Pro Series da Formula 1 Esports (sim, sem o tracinho com tudo junto) teve em 2020 muito holofote, disputas intensas que deixariam Toto Wolf com vergonha do mundo real.
Isso porque na Pro Series, o filho chora e a mãe não está lá para consolar seu rebento, aqui a competitividade é muito alta, e a corrida pegada do começo ao fim. Todos os carros são exatamente iguais em termos de mecânica e chassis, a máquina entende todos de maneira equilibrada, não importa se seu pai comprou a equipe, aqui você corre de igual pra igual com seus amiguinhos.
Isso obviamente reflete nas pistas, nas doze etapas disputadas durante o ano, a Williams (lanterna da F1) e a Haas (vice-lanterna) fizeram respectivamente 0 e 3 pontos no campeonato mundial. Já na Pro Series o resultado é diferente, a Williams fica com um oitavo lugar e 45 pontos, e a Hass permanece no nono lugar entre os construtores com 39 pontos.
Na outra parte da tabela, na vida real a flecha de prata da Mercedes que esse ano vestiu preto, fez absurdos 573 pontos, enquanto Red Bull marcou 319 e o terceiro lugar para a McLaren relembrando velhos tempos com 202 pontos. Comparado novamente com a Pro Series, aqui temos a Red Bull em primeiro lugar com 331 pontos, Alfa Romeu em segundo com 295 e Renault com 136.
E o resultado positivo entre os construtores virtuais da Red Bull é simplesmente por ser uma marca que chama atenção dos jovens, e com isso conseguiu recrutar ótimos pilotos virtuais, que ainda que não tenham levado o título no individual, sobraram como equipe. Vale lembrar que qualquer um pode se tornar piloto da categoria virtual, diferente do mundo real onde os boletos e a falta de milhares de dólares te impedem de tentar o acesso.
Se essa competitividade ainda não é o suficiente para te convencer a dar uma olhadinha, eu preciso te falar de como é a corrida. Obviamente os carros têm uma resistência maior que na vida real, e também não há quebras e falhas mecânicas, porque realmente ia interferir muito na disputa. Apesar disso, não há casos de acidentes e retiradas da corrida, os pilotos brigam muito, o tempo todo, mas de forma limpa, e falo com tranquilidade: fazem isso de forma mais profissional que muito “pay driver” da elite do automobilismo.
A Pro Series 2020 terminou agora dia 17 de Dezembro, mas promete voltar com mais força no ano de 2021. A desenvolvedora do game da Fórmula 1, Codemasters, foi vendida para a EA, o que torna a visibilidade e marketing em cima do game ainda maiores, e a Liberty Media, atual dona da Fórmula 1, tem dado muito espaço em suas redes sociais para a competição, chegando até mesmo a colocar pilotos oficiais da categoria em algumas corridas de demonstração.
Então se em 2021 você não quiser ver de novo os hinos da Alemanha e “God save the Queen” nos Domingos, dê uma chance para a Pro Series.
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