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Sabor

Ano foi de “explosão de sabores e histórias” com achadinhos da periferia

Confira os principais achadinhos do Lado B para você experimentar sabores de todos os cantos da cidade

Thailla Torres | 28/12/2019 08:07
Ano foi de “explosão de sabores e histórias” com achadinhos da periferia
Bubble waffe batizado de "Magrelo Waffle" é lotado de guloseimas. (Foto: Kísie Ainoã)
Bubble waffe batizado de "Magrelo Waffle" é lotado de guloseimas. (Foto: Kísie Ainoã)

A editoria “Sabor” do Lado B revela mais que lugares gastronômicos, são histórias que inspiram e representam a periferia de um jeito que Campo Grande ainda desconhece. As andanças em busca de pauta revelam portinhas que guardam muitos sabores, alguns aparentemente comuns, mas que se destacam pela dedicação de quem faz e os sonhos por trás de cada receita.

Pensando nisso, o Lado B listou alguns lugares que foram verdadeiros “achados” na periferia da cidade e movimentaram as redes pela diversidade de sabores, como o bubble waffle lotado de guloseimas do Jardim Imperial, a torre de tereré do Manoel Taveira e o espetinho de R$ 2,00 do Buriti.

Portinha serve bubble waffle para o cliente “se matar” de comer doce

Na onda dos waffles com “bolhas” que ganharam as grandes capitais no ano passado, leitores sugeriram uma portinha do bairro Jardim Imperial que serve a guloseima com recheios à escolha do cliente. Assim conhecemos o “Point do Magrelo”, que apesar do nome, serve uma bomba calórica com tudo que você imaginar para matar a vontade de comer doce.

A reportagem ainda contou por meio das receitas a história de Fabiana e Mauro, casal que largou tudo para ser dono do próprio negócio. O nome do lugar vem do apelido do dono, Magrelo, que até emprego fixo deixou para trás afim de começar a ser patrão.

O lugar se destacou por caprichar na diversidade de acompanhamentos das massas dos waffles com chocolate, confete, frutas, biscoitos recheados, marshmallow, jujubas e muita calda. Além disso, chama a atenção a barca de açaí gigante que chega a pesar 6 quilos.

Lanchonete vende cachorro-quente gigante no prato com mais de 10 recheios

No Jardim Tarumã, lanchonete serve cachorro-quente gigante leva 10 recheios. (Foto: Kísie Ainoã)
No Jardim Tarumã, lanchonete serve cachorro-quente gigante leva 10 recheios. (Foto: Kísie Ainoã)

Na contramão dos lanches gourmetizados, a lanchonete “Kapital Lanches” no Bairro Tarumã valoriza os famosos “podrões”. Com esse conceito, descobrimos os lanches bem recheado preparados por um casal que não tem medo de formar uma "montanha de ingredientes".

O lugar é simples, bem longe do Centro, mas bomba com um cachorro-quente gigante que o cliente só come de garfo e faca. À época, a reportagem experimentou o lanche chamado “Especial tudo”, o famoso hot dog no prato que leva pão, molho, uma salsicha, maionese, muçarela, presunto, bacon, calabresa, filé de frango, hambúrguer, ovo, batata palha e alface. A “fartura” no prato custa R$ 20,00 e serve bem duas pessoas. Mas se a fome não for muita, três pessoas também podem sair satisfeitas.

Casal transforma garagem em choperia e serve de espetinho a moqueca baiana

Moqueca baiana é receita de Enivaldo que deixou Bahia para viver amor em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Moqueca baiana é receita de Enivaldo que deixou Bahia para viver amor em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Mais do que uma mistura de sabores, é a simpatia do Enivaldo e Aparecida que conquisra no lugar chamado “Choperia do Baiano”, que leva o nome do dono, que deixou a Bahia para viver um grande amor em Campo Grande. O casal simpático namora e vive junto há mais dfe dois anos, e decidiu iniciar um novo negócio na varanda de casa para cozinhar e reunir amigos, inspirados na curtição em uma tradicional da cidade.

O carro-chefe do lugar é a moqueca baiana, feita com pintado, servida na panelinha de barro, acompanhada de farofa e arroz. O prato custa R$ 40,00 e serve até duas pessoas. Outro tira gosto do lugar é o fondue de carne e frango na pedra que também custa R$ 40,00.

Depois da reportagem, a dona disse que teve oportunidade de conhecer a vizinhança e fazer amigos de vários lugares da cidade. "Apareceu gente de tudo quanto é lugar. Fiquei encantada. É muito bom fazer novos amigos", afirma Aparecida Cavalheiro Bondarczrk, de 70 anos.

Tereré na torre é novidade para quem não bebe e solução para curar ressaca

Diversos sabores estão disponíveis no cardápio. (Foto: Danielle Valentim)
Diversos sabores estão disponíveis no cardápio. (Foto: Danielle Valentim)

Campo-grandense adora uma invenção, e quando ela é a cara da região, melhor ainda. Prova disso é a popularidade nas redes sociais do espaço que até mudou de nome, mas continua servindo tereré na torre para os apaixonados pela bebida ou quem não curte muito a bebida alcoólica.

O cliente pode escolher água com hibisco ou novidades como o “cura ressaca”, com boldo na mistura. Para acompanhar, tem porção de pipoca gratuita todos os dias. O local no bairro Manoel Taveira já vendia garrafas térmicas personalizadas, mas decidiu inovar para agradar público que não dispensa o tereré no dia a dia. 

Em ponto de referência “famoso” no Buriti, espetinho resiste por dois reais

Local fica no canteiro Central entre os bairros Buriti e Bom Jardim
Local fica no canteiro Central entre os bairros Buriti e Bom Jardim

O lugar é simples e resiste há 20 anos com preço camarada no espetinho de rua. Localizado no canteiro central que há entre os bairros Buriti e Bom Jardim, o point que hoje pertence a família de Vicente Ornelas já teve três donos, mas continua vendendo espetinho a R$ 2,00.

O trabalho começa cedo com a montagem dos espetos e às 15h toda a família e funcionários já estão a postos organizando o local e as mesas. É preciso vender muito para compensar o preço baixo, mesmo assim os donos não abrem mão do preço e recebem clientes de vários lugares da cidade.

Portinha em bairro serve doces, massas e história de amor para quem quiser ouvir

Facturas argentinas recheadas com chocolate fazem sucesso em doceria. (Foto: Marina Pacheco)
Facturas argentinas recheadas com chocolate fazem sucesso em doceria. (Foto: Marina Pacheco)

Se além de se empaturrar de doces você é tipo que adora ouvir uma boa história, precisa ir até a doceria De Italy, no bairro Tiradentes. Um achado que vale tanto pelas guloseimas quanto pelo sorriso simpático dos donos.

Ela argentina e ele italiano, os dois amam contar a história de amor e o quanto são apaixonados um pelo outro. Juntos tiveram percursos românticos e desafiadores, mas que os levaram para o mesmo destino: a gastronomia.

No bom humor, eles contam que cinco anos depois de dar uma nova chance para o amor, eles decidiram mostrar que a gastronomia italiana e argentina em um lugar só pode ser irresistível. O local serve facturas, que em geral são massas parecidas com a massa folhada, cobertas ou recheadas com chocolate, creme pastelera (o mesmo utilizado para os tradicionais pasteis de Belém) ou doce de leite. Tem ainda alfajor, tortas, doces, bombons e até coxinha de brigadeiro. Do lado italiano, o chef serve massas, risotos e lasanhas.

Inspirado em lanche do Sul, cachorro-quente tem 23 cm e 14 recheios

Ano foi de “explosão de sabores e histórias” com achadinhos da periferia

Com variedade de recheios e queijo que transborda, outro lanche que bombou em 2019 é inspirado nos prensadinhos de Florianopólis, em Santa Catarina. O point sulista fica no Bairro Novos Estados em um trailer.

O molho, saladas, maioneses caseiras e demais ingredientes são preparados previamente e às 18h, a chapa começa a esquentar. Todos os hot dogs recebem duas salsichas e variedade de ingredientes, alguns somam 14 opções, entre elas, ovo de codorna, pepino e até com nachos, com opção flambada. Há também hot dogs de prestígio e Charge, com amendoim.

Edna abriu doceria na garagem e dá curso para mulher ser independente

Edna vende bolo e cappuccino na varanda de casa. (Foto: Alana Portela)
Edna vende bolo e cappuccino na varanda de casa. (Foto: Alana Portela)

De um jeito simples e delicado, Edna viu nos doces a oportunidade de recomeçar. Formada em Serviço Social, tem 45 anos, mas, resolveu apostar nos doces para enfrentar uma crise de depressão. Assim nasceu o espaço “Chá com Bolo”, na casa onde mora, no Jardim Itamaracá. Além de servir quitutes para um chá da tarde delicioso, o local também dá cursos para incentivar as mulheres do bairro a colocarem a mão na massa e se tornarem independentes.

Numa garagem simples, tem bolos decorados e os da “vovó”, no sabor baunilha, fubá, laranja, e uns com cobertura de açaí. O local ainda serve chipa, água aromatizada, preparada com limão, laranja, hibisco e kiwi. O cafezinho tradicional e também o chá de cidreira com canela, que são gratuitos, e os clientes podem beber à vontade.

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