Ao invés de carne bovina ou de porco, tem gente que prefere sobá com dobradinha
O prato que já foi tema para um poema de Fernando Pessoa, a dobradinha, ou é amada ou odiada. Mas quem curte a refeição de origem portuguesa realmente gosta - e muito - e não vê problemas em misturar com uma receita quem vem do outro lado do mundo, por isso, na Feira Central de Campo Grande, dá pra comer sobá com dobradinha.
A combinação, para muitos, deliciosa, começou a ser servida desde quando a feira ainda nem era naquele ponto, entre a Calógeras e a 14 de julho. Como nem todos os restaurantes tem a dobradinha no cardápio, são só aqueles que a possuem que conseguem servir o cliente dessa forma.
Na barraca do Taira, a primeira a esquerda, entrando pela Calógeras, faz mais de 13 anos que eles tem a opção de servir o sobá assim. "O primeiro cliente pediu, a gente cedeu a ele como opção e desde então pegou, deu certo, essa mistura. São dois pratos que os campo-grandenses amam muito", explica o dono, Elisberto Taira.
Ainda segundo o feirante, não é todo mundo que pede e, na verdade, nem é uma maioria. "Mas eu já vi até criança comer com os pais e adorar".
O preço se mantem porque a dobradinha não é adicional, é só substituição do ingediente da carne de vaca ou de porco, pelo bucho da vaca temperado. O segredo, de acordo com Taira, é cozinhar a dobradinha com limão rosa. "Ele tira o cheiro forte. Tem que deixar ela quase sem odor, mas manter um pouco porque quem gosta mesmo do prato gosta de sentir o cheiro". E mesmo sendo servido com molho de tomate, o sabor do próprio sobá não muda.
A equipe do Lado B encontrou outras três barracas que servem a receita, a do Marquinhos, da Jadi Sobá e a Nipônica. Ainda segundo Elisberto, qualquer barraca que sirva dobradinha pode substituir pro cliente. "É só pedir pro garçom", finaliza ele.
E você? Toparia experimentar essa mistura do Brasil com Okinawa? Diz pra gente!