Casal abandona tradicional espetinho e, mesmo jovem, investe no "pão da vovó"
Rodrigo Araújo de Souza, de 29 anos, não imaginava que a foto de um pão caseiro, postada no Facebook, pudesse fazer tanto sucesso e render a ele e a esposa, Jackeline Nantes da Silva, 27, uma nova atividade profissional. Mas foi exatamente isso o que aconteceu.
Em um final de semana desses que a gente passa em casa, os dois decidiram fazer pão, com a receita repassada pelas avós, ao invés de comprarem o produto no supermercado. Eles fizeram e postaram o resultado na rede. Não deu outra. Um amigo viu, curtiu e, nos comentários, encomendou um. Outros vieram na sequência e, motivados pelo primeiro cliente, fizeram o mesmo pedido.
Começou assim, há três semanas e meia, o novo negócio do casal que, antes, vendia espetinhos à noite. O dois tiveram de deixar o ponto, perto de um hipermercado, porque estava difícil conciliar as duas coisas. Pão, perceberam, dá mais dinheiro. “Não estamos dando conta. Nossa casa virou uma padaria. Tem pão até o teto”, diz ele.
Mas a propagada, feita no próprio Facebook, em várias páginas de classificados, é “pesada”. Nas divulgações, Rodrigo e Jackeline usam o apelo do “verdadeiro pão caseiro da vovó” para alavancar as vendas. Assim fica difícil resistir.
A imagem da massa crescida dentro de uma bacia e das delícias prontas, nas formas, chamam ainda mais a atenção. É de dar água na boca. Mas o registro é para provar que o pão é mesmo caseiro, feito a partir da receita da vovó.
“Minha avó sempre faz, por isso a gente começou a falar assim”, conta a mulher. Ela não revela a receita que aprendeu com matriarca da família, mas faz comparações com produtos que a gente encontra no mercado
“Gostamos daquele sabor caseiro porque esses da padaria vai fermento, trigo e água. São os únicos ingredientes. Até a farinha deles vem com sal preparado. O nosso vai ovo, óleo, tudo contadinho, um por um. É aquela receita antiga”, comenta, ao dizer que a produção é diária.
No início, a média era de 10 pedidos por dia. Hoje, são pelo menos 80. Antes, oito quilos de massa eram suficientes para atender à demanda. Agora, 50 não dá para o gasto. O aumento veio depois o casal anunciou os pães recheados, com goiabada e com presunto e mussarela. Tem, ainda, o integral.
O sucesso, para Jackeline, tem mesmo relação com a propaganda na rede. O “pão caseiro da vovó”, argumenta, “remente àquela coisa da infância, da avó fazendo e daquele pão quentinho, fofinho e macio”.
Em pouco tempo as vendas dobraram, triplicaram, e o trabalho exigiu readequações. “A gente usava só um fogão, de quatro bocas. Compramos outro, de quatro bocas também, mas nem os dois trabalhando juntos estavam dando conta. Aí, há cinco dias, compramos um industrial”, afirma Rodrigo.
Preocupados em melhorar o atendimento, os dois pretendem procurar o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para formalizar o negócio como micro-empresa. Ele está correndo atrás de um moto-entregador, já que, atualmente, acumula essa função. Ela adianta que vai começar um curso de padaria e confeitaria.
Serviço - Ficou com vontade de provar os pães? Encomendas devem ser feitas pelos números (67) 9234-8220 e 9300-1212 (apenas por ligação). O tradicional sai a R$ 6,00 (pedido mínimo de 3), o integral a R$ 8,50 (mínimo de 2) e os recheados a R$ 9,00 (mínimo de dois).