Com custos em alta, produtor espera que governo libere mais crédito para 2022
Linhas do BNDES tiveram recursos abaixo do esperado e taxas de mercado chegam a 15%
Custos aumentaram tanto que em alguns casos chegaram a triplicar para produtores rurais, no último ano. Ao mesmo tempo, o Governo Federal fechou várias linhas de crédito nos últimos meses e outras tiveram recursos muito abaixo do necessário, na avaliação do presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho.
Com a taxa básica de juros da economia, a Selic, em alta, os produtores esperam que o governo abra novas linhas de crédito para não terem que enfrentar as taxas de mercado, que estão em torno de 14% ou 15%.
“Os créditos ficaram escassos, o Governo Federal fechou várias linhas de crédito agora no fim do ano e várias linhas tiveram recursos muito aquém do necessário disponível. Os custos de produção triplicaram, alguns aumentaram mais de 100% e outros 300%. Tudo isso contribuiu para deixar o recurso escasso. Com esses custos altos, o recurso não cobre a diferença do ônus do produtor”, comentou Coelho.
Em 2022, é possível que a Selic fique próxima de 12%, nas previsão do assessor de agronegócio da cooperativa de crédito Sicredi União, Pedro Eich. O cenário é resultado da inflação, estimulada por problemas na cadeia de suprimentos; alta demanda local e global por bens; incerteza política e fiscal; crise hídrica; desincentivo à energia suja e crise mundial em função da pandemia de covid-19.
“Esperamos que o governo faça algum remanejamento em suas contas e libere mais dotação orçamentária para linhas mais atrativas. Aí voltamos a operar com recursos do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), fora daquelas taxas de 12%”, explica Eich. A expectativa do Banco Central para 2023 é fechar a taxa para o produtor rural em 8%, o que seria um pouco melhor para o produtor.