Extremamente agressiva, planta daninha resistente é detectada em MS
Originária dos EUA, o caruru-palmeri pode reduzir até 90% a efetividade de lavouras de algodão, soja e milho
Durante ações de vigilância, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) identificou um foco da praga Amaranthus palmeri (caruru-palmeri ou caruru gigante) em propriedade rural com cultivo de soja, no distrito de Porto Caiuá, município de Naviraí, a 364 quilômetros de Campo Grande.
A confirmação da espécie foi obtida por meio de sequenciamento genético, realizado pelo LFDA-GO (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia) em amostras coletadas pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado de Mato Grosso do Sul).
Extremamente agressiva e de crescimento rápido, a planta originária de regiões áridas dos Estados Unidos e México tem potencial para produzir de 100 mil a 1 milhão de sementes em um curto período de tempo, podendo reduzir a produtividade de soja, milho e algodão em aproximadamente 90%. Além disso, a planta daninha é resistente a herbicidas.
Uma das principais causa de aparecimento da planta em lavouras é através do transito de máquinas e equipamentos, como colhedeiras infestadas com suas sementes. Em Mato Grosso do Sul, a Iagro tem adotado medidas fitossanitárias para identificação da origem, via de introdução e a dispersão da praga, adotando estratégias de supressão e controle.
Para evitar a disseminação da planta, os produtores devem adotar medidas de prevenção, como monitoramento quinzenal nos cultivos agrícolas; restringir o trânsito de maquinários (caminhões, implementos e colhedora) de fora da propriedade rural; em lavouras infestadas promover a desinfestação do maquinário agrícola na propriedade rural, antes de utilização em outra área sem a ocorrência da praga; e em caso de presença de plantas de caruru com resistência a herbicidas, ensacar a planta antes do arranque e promover a incineração do material vegetal.
Em caso de suspeita da presença de Amaranthus palmeri, o produtor deve notificar a ocorrência às autoridades locais, como a Iagro ou SFA-MS (Superintendências Federais de Agricultura de Mato Grosso do Sul). O monitoramento frequente e a identificação precoce permitirão o controle da disseminação dessa espécie, evitando prejuízos na lavoura e problemas para a agricultura brasileira.