Forte calor e menos umidade no solo impactam início do plantio da soja em MS
Expectativa é de plantio de 4,24 milhões de toneladas com a oleaginosa, 6,5% mais que no ciclo anterior
O monitoramento diário das áreas produtoras de soja no Brasil realizado pela EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites, registrou visível queda da umidade do solo entre os dias 18 e 28 de setembro na zona de produção de soja.
Em Mato Grosso do Sul, as altas temperaturas registradas na segunda quinzena de setembro, associadas ao baixo volume de chuvas, resultaram em queda acentuada da umidade do solo, impactando o início do plantio. No entanto, o modelo europeu (ECMWF) aponta para temperaturas mais baixas nos próximos dias e retorno das chuvas, fatores que resultam em aumento da umidade do solo no curto prazo.
Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul apresentam umidade do solo satisfatória para o plantio da safra de verão, que deve se acelerar nos próximos dias.
Os dados do sensoriamento remoto registraram baixo volume de chuvas nos últimos 10 dias em quase todo o país, com exceção dos estados do Nordeste e do Rio Grande do Sul, onde o alto volume tem resultado em danos em infraestruturas e alagamentos.
Safra de soja
Para este ano a estimativa da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Sistema Famasul e Governo do Estado é de que 4,2 milhões de hectares sejam cultivadas com soja, 6,5% a mais que no ciclo anterior. Em Mato Grosso do Sul o vazio sanitário para plantio da oleaginosa terminou no último dia 15. Para o próximo ciclo da cultura, a associação prevê uma produção de 13,8 milhões de toneladas, redução de 7,92% e produtividade de 54 sacas por hectare, 13,52% a menos do que na safra anterior.
A redução na produtividade e produção estimada para a safra 23/24 é justificada pela média histórica do Estado, que considera a frustração de safra, causada pela severa estiagem sofrida em 21/22. Apesar disso, a alta probabilidade da ocorrência do fenômeno El Niño indica um aumento no volume das chuvas.
"Caso isso ocorra entre os meses de janeiro e fevereiro, período de maior demanda hídrica da cultura, o produtor sul-mato-grossense pode esperar uma safra de grandes resultados", afirmou André Dobashi, presidente da Aprosoja/MS, levando em consideração dados obtidos pelo Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio).
Com base nos registros dos últimos cinco anos, espera-se que a maior parte da safra seja semeada entre os meses de outubro e novembro. Historicamente, uma janela de plantio concentrou-se entre os dias 14 de outubro e 4 de novembro, período durante o qual aproximadamente 70% da semeadura foi realizada, mostra boletim do Siga-MS, publicado após o fechamento da terceira semana de setembro.
Safra de milho
Na reta final da colheita, no fechamento da terceira semana de setembro pelo Siga-MS (dia 22), a área colhida de milho em Mato Grosso do Sul alcançou 92,4%. Até essa data, a região norte estava com a colheita mais avançada, praticamente totalizada, em média, enquanto a região centro está com 95,2% e a região sul com 90,2% de média. A área colhida até o momento, conforme estimativa do Siga-MS, é de aproximadamente 2,148 milhões de hectares.
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527 BOLETIM SEMANAL CASA RURAL - AGRICULTURA - CIRCULAR 527 26.09.2023_0.pdf
* Matéria editada às 16h22 para correção de informação.